A recuperação parcial da moeda continuou no início do mês e da semana, apesar da continuidade da pressão sobre o câmbio – que colocou o preço à vista em R$ 5,65 no fechamento de hoje – e sobre a curva de juros doméstica, em meio à persistência da incerteza sobre a conduta fiscal e o fogo aberto pelo presidente Lula contra o Banco Central e o sistema financeiro, ainda em modo ativo nesta segunda-feira.
Hoje, o índice B3 (BVMF:) oscilou de 123.735,19 para 125.219,91 pontos, máxima intradiária desde 28 de maio, abrindo em 123.904,75. No fechamento, apresentou alta de 0,65%, a 124.718,07 pontos, com movimento de R$ 20,6 bilhões na sessão, em que atingiu o maior nível de fechamento desde 23 de maio (124.729,40). Na mínima de fechamento do ano, em 17 de junho, aos 119.137,86 pontos, o Ibovespa acumulou perda de 11,21% em 2024 – agora, reduzida para 7,06%.
Nos últimos 10 pregões – desde o dia 18, quando começou a se recuperar -, o Ibovespa registrou perdas em apenas dois, incluindo o de sexta-feira, quando perdeu 0,32% – o outro revés no intervalo também foi discreto (-0,25%), no dia 25. O avanço desta segunda foi apoiado pelos carros-chefe de commodities e B3, Petrobras (BVMF:) (ON +1,21%, PN +1,52%) e Vale (BVMF 🙂 (ON +1,48%), que compensaram o fraco desempenho do setor financeiro setor, com grandes bancos apresentando perda de até 1,31% (BB (BVMF:)ON) no fechamento. As ações da B3, por sua vez, subiram 2,25%.
O avanço nos preços das commodities foi impulsionado esta semana por uma leitura superior ao esperado do índice de atividade (PMI) do setor industrial na China, medido pela S&P Global – embora os dados oficiais não tenham mostrado a mesma força. No topo do Ibovespa desta segunda-feira, SLC Agrícola (BVMF:) (+7,22%), CSN Mineração (BVMF:) (+5,01%) e Equatorial (BVMF:) (+4,37%). No lado oposto, Assaí (BVMF:) (-3,29%), Pão de Açúcar (BVMF:) (-2,96%) e Vibra (-2,70%).
“O mercado ainda demonstra preocupação com as recentes declarações do presidente Lula a respeito da presidência do BC e dos juros elevados. Com o fiscal em risco, há saída de dólares do país”, resume Daniel Teles, especialista da Valor Investimentos. Assim, a recuperação impulsionada na sessão pelos preços do petróleo, em alta de cerca de 2%, contribuiu para que a Petrobras avançasse em um dia mais uma vez desfavorável para ações com sensibilidade às taxas de juros e exposição ao ciclo doméstico, como as construtoras (MRV ( MRV:) -1,65%, Cyrela (BVMF:) -1,27%).
Por sua vez, o desempenho da Vale foi apoiado pelo , que subiu 2,5% em Dalian, na China. Os exportadores, em geral, também foram beneficiados pela valorização do dólar frente ao real. Hoje, além da Vale, a Suzano (BVMF:) subiu 1,12% e a Klabin (BVMF:), também do segmento de papel e celulose, avançou 1,68%, num dia positivo para frigoríficos como JBS (BVMF:) (+ 1,24 %) e Marfrig (BVMF:) (+1,70%).
Por outro lado, a pressão sobre o câmbio, refletida também na curva de juros doméstica, impediu o Ibovespa de testar novos limites, atingindo 125,2 mil pontos no melhor momento do dia. Em entrevista a uma rádio baiana nesta segunda-feira, o presidente Lula afirmou que “quem quer um Banco Central autônomo é o mercado”.
“Não precisamos de uma política de juros altos neste momento. Selic em 10,50% é um exagero”, continuou Lula. “Como pode um presidente da República vencer as eleições e depois não conseguir indicar o presidente do Banco Central? Estou há dois anos com o presidente do Banco Central de Bolsonaro.
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