Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – O preço à vista ultrapassou a barreira dos 5,65 reais nesta segunda-feira e encerrou a sessão no maior valor em dois anos e meio, com profissionais do mercado mais uma vez citando o desconforto com a política fiscal do governo Lula como principal motivo para o procura pela moeda norte-americana, num dia também marcado pela valorização da moeda norte-americana no exterior.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,6538 reais na venda, alta de 1,13%. Este é o maior preço de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, quando fechou a 5,6723 reais. Em 2024, a moeda acumula alta de 16,53%.
Às 17h25, na B3 (BVMF:) o contrato de primeiro vencimento subia 1,02%, a 5,6675 reais na venda.
O dólar oscilou ligeiramente mais baixo no início da sessão, com os investidores aproveitando os últimos avanços para realizar lucros. Às 10h31, a moeda à vista atingiu a cotação mínima de 5,5668 reais (-0,43%).
Mas a queda do dólar durou apenas até o início da tarde no Brasil. Profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que fatores como o risco fiscal, a desancoragem das expectativas inflacionárias e o desconforto com as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuaram pesando sobre o câmbio.
Pela manhã, o relatório Focus mostrou que a projeção mediana do mercado para a inflação em 2024 passou de 3,98% para 4,00% e em 2025 de 3,85% para 3,87%. Em ambos os casos, as expectativas afastam-se do centro da meta de inflação de 3%. A projeção de inflação para 2026 subiu pela nona semana consecutiva.
Além disso, as projeções do Focus mostraram que o país continuará com pelo menos até 2027, após o atual governo Lula. A projeção para a taxa de câmbio ao final de 2024 subiu de 5,15 para 5,20 reais – valor que, segundo as operadoras, é improvável no curto prazo.
Ainda pela manhã, em entrevista à rádio Princesa, em Feira de Santana, Lula criticou mais uma vez o atual nível dos juros e o Banco Central. O presidente descartou mais uma vez a possibilidade de ajustes fiscais relacionados ao salário mínimo.
“Estou há dois anos com o presidente do Banco Central do (ex-presidente Jair) Bolsonaro, isso não é correto”, disse Lula. “Tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se conseguimos… ter um presidente do Banco Central que olhe o país como ele é, e não como o sistema quem fala são as finanças”, acrescentou Lula, criticando mais uma vez o atual presidente do município, Roberto Campos Neto.
Assim como nas sessões da semana passada, os ataques de Lula a Campos Neto e ao BC foram mal recebidos pelos agentes do mercado.
Nesse cenário, o dólar à vista acelerou seus ganhos frente ao real, enquanto as taxas DI (Depósitos Interfinanceiros) tiveram um novo dia de altas firmes.
“Houve uma certa reação (queda do dólar) mais cedo, mas nada muito significativo”, disse o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado. “Nada mudou. O Brasil continua enfrentando dificuldades, com o desafio fiscal interno, e o presidente Lula voltou a falar hoje sobre o Banco Central. Não tem como o dólar cair muito, ou (como) os juros vão (ceder)”, ele adicionou.
Durante a tarde, ao vivo pelos 30 anos do Plano Real, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes, reafirmou o compromisso do Comitê de Política Monetária (Copom) com a meta de inflação, mas alertou contra o custo de uma política fiscal expansionista.
Para ele, retrospectivamente, a perna do tripé macroeconômico brasileiro – baseado em câmbio flutuante, meta de inflação e meta fiscal – “que mais enfraqueceu” nos últimos anos foi a fiscal.
“Se a política fiscal é sempre expansionista, coloca muita pressão nas outras duas pernas do tripé macroeconômico, o que pode levar a desvalorizações (do real) ou coloca muita pressão na política monetária, os juros têm que fazer o trabalho. E então a desinflação é muito cara”, disse ele.
Na reta final dos negócios, a disparada nas ordens de stop (stop loss) ampliou o movimento, com o dólar à vista atingindo máxima de 5,6582 reais (+1,21%) às 16h55. A valorização do dólar frente à maioria das outras moedas no exterior, em um dia de aumento constante dos rendimentos do Tesouro, também contribuiu para o aumento dos preços no Brasil.
Às 17h23, o índice – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – subia 0,08%, para 105,800.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional oferecidos para rolagem dos vencimentos de setembro.
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