A alemã Ursula von der Leyen recebeu nesta quinta-feira (27) o apoio dos líderes da União Europeia (UE) para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia, braço político do bloco.
Os dirigentes apoiaram também o português António Costa para presidir ao Conselho Europeu e a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para ser o próximo alto representante, responsável pela diplomacia europeia.
Ursula Von der Leyen, a trabalhadora incansável
Nascida em Bruxelas, Ursula von der Leyen viveu na capital belga até aos 13 anos, altura em que a família regressou à Alemanha.
Formou-se em medicina, com especialização em ginecologia, área em que atuou até 1992, quando se estabeleceu com o marido e os filhos em Stanford, nos Estados Unidos. Ela também estudou economia em Londres.
Em 2001 iniciou sua carreira política e em 2003 conquistou seus primeiros cargos públicos na região da Saxônia.
Durante o governo de Angela Merkel (2005-2021), foi Ministra da Família e dos Assuntos Sociais e Ministra da Defesa, antes de assumir a presidência da Comissão Europeia em 2019.
Úrsula tem 65 anos e 7 filhos. Seu nome de solteira é Albrecht, mas ela usa o do marido, o médico Heiko von der Leyen, com quem se casou em 1986.
Em Bruxelas, Ursula ganhou reputação de trabalhadora incansável. Como líder da Comissão Europeia, vive num apartamento localizado no mesmo edifício que alberga o seu escritório.
Ursula também recebeu críticas em Bruxelas pelo seu estilo centralizador. Nos cinco anos do seu primeiro mandato na Comissão Europeia, teve uma relação tensa com o líder do Conselho, Charles Michel.
Kaja Kallas, da ‘Dama de Ferro’ à diplomacia
Primeira-ministra da Estónia, antiga deputada europeia e conhecida como a “Dama de Ferro”, Kaja Kallas, 47 anos, nasceu quando o seu país fazia parte da União Soviética.
Filha de um ex-primeiro-ministro e ex-comissário europeu, Kaja formou-se em direito e estudou administração de empresas. Em 2011, ela se lançou na política.
Inicialmente, ocupou um assento no Parlamento da Estónia, antes de se mudar para Bruxelas como deputada europeia, cargo que ocupou entre 2014 e 2018.
Em 2021, Kaja tornou-se a primeira mulher a chegar ao poder na Estónia, um país báltico de 1,3 milhões de habitantes, e destacou-se pela sua comunicação dura face a Moscovo, fazendo da Estónia um dos mais ferrenhos apoiantes da Ucrânia.
Em 2023, seu nome foi cogitado para substituir o norueguês Jens Stoltenberg à frente da OTAN.
Kaja pertenceu a um grupo de dança folclórica na sua juventude, actuando na Estónia e no estrangeiro. Ela reclama que uma das desvantagens de fazer carreira política é não ter tempo para dançar.
Além do idioma, a primeira-ministra da Estônia é fluente em inglês, russo e francês.
António Costa, o negociador experiente
Este advogado português de 62 anos, com raízes na antiga colónia portuguesa de Goa, na Índia, tem uma longa carreira política, que começou nos anos em que era estudante universitário.
Costa ingressou no conselho de administração do Partido Socialista em 1994 e, desde o ano seguinte, ocupou vários cargos de chefia no governo português.
Em 2015, tornou-se Primeiro-Ministro de Portugal, cargo que ocupou durante três governos. No ano passado, ele anunciou sua renúncia após a abertura de investigações contra membros de seu gabinete.
Costa tem uma reputação impecável em Bruxelas, onde é considerado um líder com grande capacidade de negociação, e mantém uma relação cordial com Ursula Von der Leyen.
A presença de Costa à frente do Conselho Europeu evidencia a capacidade diplomática de Portugal, que tem António Guterres como secretário-geral da ONU.
O português José Manuel Durão Barroso presidiu ao Conselho Europeu durante uma década, entre 2004 e 2014.
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