Você líderes dos países da União Europeia (UE)reunidos em um cimeira em Bruxelasselou nesta quinta-feira (27) um acordo sobre a recondução de Ursula von der Leyen para um novo mandato como presidente de Comissão Europeia.
O acordo adoptado na cimeira também nomeou o ex-primeiro-ministro português António Costa como o novo presidente do Conselho Europeu e apoiou o primeiro-ministro da Estónia, Kaja Kallas, na liderança da diplomacia do bloco.
Os três dirigentes tinham sido alvo de um acordo político selado por representantes da direita, sociais-democratas e liberais, num entendimento que excluía a extrema-direita.
Nas conclusões da cimeira, os líderes referiram que “adotaram a decisão de propor ao Parlamento Europeu Ursula von der Leyen como candidata a presidente da Comissão Europeia”.
Indicaram também que Kallas é “o candidato adequado a Alto Representante”, nome formal de quem é responsável pela diplomacia do bloco.
Além disso, o documento refere que a Cimeira “elegeu António Costa como presidente do Conselho Europeu” e pediu ao atual titular que colaborasse com a transição.
Costa, de 62 anos, substituirá o belga Charles Michel no Conselho, enquanto os nomes de Von der Leyen e Kallas ainda serão votados no Parlamento Europeu.
“É com um enorme sentido de missão que assumirei a responsabilidade de ser o próximo presidente do Conselho Europeu”, expressou Costa numa mensagem na rede social X.
Por sua vez, Kallas disse que se sentiu “honrada” pelo apoio dos líderes europeus. “É uma enorme responsabilidade em tempos de tensões geopolíticas”, acrescentou.
“O meu objetivo será trabalhar para alcançar a unidade da UE, proteger os interesses e valores da UE num contexto geopolítico desafiante e construir parcerias globais”, explicou.
O acordo político selado na terça-feira praticamente eliminou qualquer surpresa, mas líderes de extrema-direita, como a italiana Georgia Meloni e o húngaro Viktor Orban, não esconderam a sua indignação.
Este acordo distribuiu o poder entre as três maiores famílias políticas do Parlamento Europeu.
Assim, o bloco do Partido Popular Europeu (PPE, direita) cerrou fileiras com Von der Leyen; Costa representa os sociais-democratas e Kallas o grupo liberal.
Por isso, Orbán afirmou ao chegar à sede da cimeira que o acordo que excluía a extrema direita era “vergonhoso” e que os eleitores europeus tinham sido “enganados”.
Entretanto, Meloni criticou duramente o que considerou um acordo de “oligarquia” para excluir a extrema direita.
Nas recentes eleições europeias, o partido pós-fascista Irmãos da Itália, de Meloni, obteve uma vitória tão esmagadora que o líder se tornou um interlocutor inevitável no bloco.
Por isso, o chefe de governo da Polónia, Donald Tusk, procurou aproximar posições, afirmando que “não há Europa sem Itália, nem decisão sem o primeiro-ministro Meloni”.
Entretanto, o chefe de governo austríaco, o conservador Karl Nehammer, aplaudiu as “muitas boas iniciativas de Meloni para a União Europeia e para a segurança das nossas fronteiras externas”.
Além de abordar a distribuição de cargos, os líderes da UE assinaram com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky um acordo sobre “compromissos de segurança” da UE com a Ucrânia, que enfrenta uma invasão militar russa há quase dois anos e meio.
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