Quinze das 24 atividades têm altas de preços no IPP de maio, mostra IBGE

O aumento de 0,45% nos preços dos produtos industriais na porta das fábricas em maio foi decorrente de reajustes em 15 das 24 atividades pesquisadas, segundo dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE).

No mês de maio, as maiores altas de preços ocorreram em máquinas, eletrodomésticos e materiais elétricos (1,91%), alimentos (1,88%), vestuário (1,76%), produtos farmacêuticos (1,74%), papel e celulose (1,71%) e metalurgia (1,51%).

A principal queda ocorreu nas indústrias extrativas (-4,98%). A atividade ajudou a conter a inflação do mês em -0,25 ponto percentual.

“Este resultado para as indústrias extractivas tem a particularidade de os dois maiores produtos, o petróleo bruto e o minério de ferro, estarem a mudar no mesmo sentido. Isto não ocorre, por um lado, desde Fevereiro, quando ambos apresentaram variações positivas, e desde novembro de 2023, por outro, quando ambos apresentaram variação negativa”, explicou Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia do IBGE, em nota oficial.

O setor alimentar exerceu a maior pressão sobre o índice nacional, contribuindo com 0,45 pontos percentuais para o IPP do mês. Também houve contribuição relevante dos aumentos em metalurgia (0,09 ponto percentual) e papel e celulose (0,06 ponto percentual).

O avanço no setor alimentício foi impulsionado principalmente pelos resíduos da extração de soja, leite e arroz. O açúcar, por outro lado, teve queda de preço mais acentuada.

“No caso dos resíduos de soja, há uma forte demanda internacional, que se soma à desvalorização do real que vem ocorrendo”, lembrou Brandão.

Quanto ao leite, o clima adverso, com seca e calor, reduziu a produção nas bacias leiteiras.

“No caso do arroz, a situação recente vivida pelo Rio Grande do Sul causou problemas logísticos para a saída do produto do estado, o que provocou esse efeito de aumento de preços”, analisou Brandão.

“Por outro lado, a colheita da cana-de-açúcar explica a queda no preço do produto observada em maio”, acrescentou.