Grupos guerrilheiros formados por dissidentes de Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) estão usando novas tecnologias para seus ataques.
Vídeos divulgados pelo Exército Colombiano indicam que o rebeldes estão “atacando” soldados e civis com veículos aéreos não tripulados, como drones — um método sem precedentes nas seis décadas de conflito armado interno.
O uso de drones no país sul-americano não é tão sofisticado quanto o visto na frente de guerra na Ucrânia, onde drones kamikaze e drones marítimos são usados em operações militares complexas. Drones comerciais são usados por guerrilheiros, que não aderiram ao acordo de paz de 2016, e lançam fogos de artifício caseiros.
Trata-se de um tubo plástico cheio de explosivos e preso ao aparelho por uma espécie de fivela, segundo gravação confiscada da organização guerrilheira, que ainda ostenta bandeiras das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Um controle remoto abre o fecho e libera a carga.
Os ataques que utilizam este modus operandi estão a intensificar-se – houve pelo menos 17 nas últimas seis semanas – nos conturbados departamentos de Cauca e Nariño, no sudoeste do país, segundo relatórios das autoridades. Até o momento, nenhuma morte foi registrada.
O estado ainda não utiliza drones para combater os rebeldes. Na terça-feira, o comandante das Forças Armadas, general Helder Giraldo, anunciou a abertura de um “processo de aquisição de aeronaves não tripuladas como ferramenta de contenção destas ações terroristas”.
Feito à mão, mas eficaz
Na sua campanha para tomar o poder após a sua fundação em 1964, as agora extintas FARC gastaram milhões de dólares na aquisição de todos os tipos de armas no mercado ilegal.
Agora, grupos dissidentes conhecidos como Estado Mayor Central (EMC) e Segunda Marquetalia nada mais têm do que drones comuns que valem menos de US$ 1.000 (R$ 5.410,00).
— Eles não precisam se esforçar para investir muito em tecnologia (…). Acho que fazem isso de forma empírica, sem ter muito conhecimento técnico da estrutura funcional dos drones — disse Luis Armas, especialista em segurança e uso desses dispositivos. — É uma tecnologia artesanal, mas acaba sendo eficaz.
A AFP obteve de uma fonte oficial transcrições de chamadas telefónicas interceptadas de membros da EMC nas quais discutem os seus planos para realizar ataques com drones. Num deles, os rebeldes mencionam a possibilidade de atacar “bairros onde a oligarquia se concentra” em Bogotá através de um “veículo aéreo não tripulado”.
Na terça-feira, a polícia da capital colombiana revelou a aquisição de um “Dronebuster 3”, uma ferramenta semelhante a uma espingarda que desliga o sinal de qualquer drone num raio de um quilómetro.
Embora as imagens dos dispositivos usados pelos dissidentes sejam escassas, um comandante da guerrilha no sudoeste do país disse à AFP que se trata de um assunto de interesse para os insurgentes.
— Se o inimigo está se preparando (…) com drones, então é claro que também temos que ver como se recuperar — disse ele em mensagem de áudio.
O Exército recusou-se a comentar mais sobre estas estratégias de guerrilha.
“Bem armado”
Em Popayán, capital de Cauca, a prefeitura proibiu o voo de drones após um ataque explosivo a uma delegacia de polícia em 7 de junho. Em algumas cidades, o drone de um drone tornou-se um sinal de alerta.
Há menos de uma semana, uma menina foi ferida por um explosivo que caiu perto de um hospital no município de Suárez. Dois outros ataques na Argélia, outro município de Cauca, feriram três soldados e derrubaram alguns telhados.
— Os grupos armados estão demonstrando que estão mais bem armados, que possuem melhor tecnologia — disse o secretário de Segurança do departamento, Miller Hurtado, à W Radio, denunciando o fato de os drones dos rebeldes não possuírem tecnologia suficiente para marcar alvos precisos, é por isso que chegam a edifícios civis, como escolas.
Para Jorge Restrepo, investigador do Centro de Recursos de Análise de Conflitos, a utilização generalizada de drones pelos rebeldes “significaria um enorme salto na capacidade militar” destes grupos ilegais.
É um instrumento “basicamente de terrorismo” e “para o qual as forças armadas não estão preparadas”, alerta.
O ministro da Defesa, Iván Velásquez, reconheceu que, neste momento, as “capacidades” do Exército são “insuficientes”.
Veja também
refugiados
Conheça o magnata egípcio que ganha milhões com os palestinos que fogem da guerra em Gaza
EUA
Louisiana aprova lei que exige que as salas de aula exibam pôsteres dos Dez Mandamentos
qual banco com menor taxa de juros para emprestimo
empréstimos banco do brasil simulador
empréstimo usando bolsa família
empréstimo descontado do salário
empréstimos para bpc loas
emprestimo descontado do salario
redução de juros de emprestimo consignado
consignado inss taxas
emprestimo consignado melhores taxas