O grupo de engajamento feminino do G20, o chamado W20, entregou nesta terça-feira (1º) um comunicado com recomendações para a reunião de cúpula de chefes de estado, marcada para novembro deste ano, na cidade do Rio de Janeiro. O documento foi entregue ao governo brasileiro, que preside interinamente o G20, por meio da ministra da Mulher em exercício, Maria Helena Guarezi, e da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em evento no Theatro Municipal do Rio.
O comunicado hoje entregue traz 26 recomendações aos governos do grupo, que inclui 19 das principais economias do mundo, além dos sindicatos europeus e africanos. As diretrizes estão divididas em cinco áreas principais: empreendedorismo feminino; economia do cuidado; mulheres no campo da ciência; tecnologia, engenharia e matemática; e mulheres e justiça climática e acabar com a violência contra mulheres e crianças.
“Queremos que nossas vozes sejam ouvidas. Estamos cansados de falar, queremos acção, queremos que os líderes do G20 ouçam definitivamente as nossas vozes e incorporem as nossas agendas. E, além disso, agem de fato, porque não aceitaremos mais ficar para trás”, afirmou a presidente do W20, Ana Fontes.
Em relação ao fim da violência, por exemplo, o grupo exige medidas como o desenvolvimento de políticas e legislação para evitar a impunidade dos agressores e a ocorrência de violências de vários tipos, como doméstica, laboral, económica e aquelas facilitadas pela tecnologia.
O coletivo apela também ao financiamento de serviços de proteção, intervenção precoce e resposta a estes tipos de violência e à divulgação de dados oficiais sobre o feminicídio e todas as formas de violência de género.
Mudanças climáticas
No que diz respeito às alterações climáticas, o W20 exige subsidiar projectos e empresas climáticas geridos por mulheres, formando-as para responder a catástrofes e colocando as mulheres em cargos de liderança nestas situações.
Recomenda também que as mulheres estejam presentes como negociadoras e sejam pessoas com poder de decisão nas Conferências das Partes (COP) e outras reuniões multilaterais sobre alterações climáticas.
“Não é mais possível discutir a governança global sem a participação efetiva das mulheres. Este é o nosso próximo desafio: garantir que não só dentro do G20, mas em todas as outras estruturas que discutem o clima ou quaisquer outras questões, estejamos lá para ajudar a decidir”, afirmou a ministra Maria Helena Guarezi, que acrescentou que o governo brasileiro fará um esforço para incluir a agenda do grupo de engajamento na declaração final dos chefes de estado do G20.
Na área da economia do cuidado recomenda-se, entre outras ações, a valorização do trabalho de cuidado de crianças, idosos ou deficientes, remunerado e não remunerado. Foram também sugeridos investimentos em serviços de cuidados e infra-estruturas acessíveis a todos.
Quando o assunto é ciência, tecnologia, engenharia e matemática, uma área de conhecimento designada como STEM (em inglês Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), o W20 exige financiamento académico, bolsas de estudo e também mais oportunidades de emprego para as mulheres. Em relação ao empreendedorismo feminino, o grupo pede incentivos creditícios e/ou fiscais para esse tipo de negócio.
Coordenadora Geral de Gestão do Empreendedorismo do Ministério do Empreendedorismo, Microempresas e Pequenas Empresas (MEMP), Raquel Ribeiro considera que as possibilidades concretas de atuação apresentadas pelo W20 estão em intenso diálogo com os objetivos e eixos estruturantes da Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino – Elas Empreender.
“Isso indica que estamos no caminho certo. Também deixa mais claro que a construção de respostas aos desafios enfrentados pelas mulheres empreendedoras requer necessariamente um olhar especial para as dimensões de raça, etnia e outras interseccionalidades”, destacou Raquel.
O vice-coordenador do G20 Sherpa Trail no Brasil, Felipe Hees, também recebeu uma cópia do documento e destacou o compromisso do governo brasileiro em levar as questões das mulheres à cúpula de chefes de estado. Ele enfatizou que, sob a presidência brasileira, pela primeira vez, existe um grupo de trabalho voltado para o empoderamento das mulheres. Ao contrário do grupo de engajamento, o grupo de trabalho reúne representantes governamentais.
“O Brasil deu grande apoio à criação deste grupo [de trabalho]. Não foi fácil. Quando vemos o grupo criado, parece claro que deveria haver [esse grupo]mas a opinião de outros membros [do G20] não é necessariamente o mesmo”, disse ele.
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