Homem destrói escultura de porcelana de Ai Weiwei em museu italiano

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A recepção de uma nova exposição do artista chinês Ai Weiwei em Bolonha, Itália, foi interrompida na sexta-feira quando um homem entrou e quebrou uma grande escultura de porcelana, deixando os visitantes do museu e o artista atordoados. O incidente, ocorrido durante a recepção de “Ai Weiwei. Quem sou eu?”, primeira exposição individual do artista na cidade, fez com que os convidados do Palazzo Fava se dispersassem e deixasse a escultura quebrada no chão.

Imagens do incidente capturadas por câmeras de segurança e posteriormente compartilhadas na conta de Weiwei no Instagram mostram o homem empurrando a escultura com força e levantando seus pedaços quebrados acima da cabeça antes de ser abordado pelos guardas do museu. Weiwei disse em um comunicado por e-mail que os sons altos da escultura quebrando o fizeram pensar primeiro em um ataque terrorista ou uma explosão.

“Quando soube que era minha grande obra de arte em porcelana que havia sido destruída, fiquei surpreso”, disse ele. “Nunca imaginei que uma peça de quase 100 quilos pudesse ser danificada com tanta facilidade”.

Arturo Galansino, curador da exposição no Palazzo Fava, disse por telefone que estava no andar de cima do evento quando ouviu um “grande barulho” e foi rapidamente alertado de que uma obra havia sido quebrada. A peça, intitulada “Cubo de Porcelana” e pesando mais de 90kg, foi exposta no piso térreo do museu, disse ele, mas não foi capaz de fornecer o valor monetário da escultura.

“Fiquei muito, muito decepcionado, triste e chocado”, disse Galansino, acrescentando que acredita que a destruição da escultura foi intencional. “O episódio arruinou um pouco a atmosfera da noite.”

Artista tcheco com histórico de ataques

Dezenas de peças de porcelana azul e branca foram deixadas no chão, depois dispostas sobre um pedestal e cobertas com um lençol. Weiwei observou que atos de vandalismo em museus não são incomuns, independentemente do motivo por trás deles, mas disse estar grato por ninguém, incluindo o homem por trás do incidente de sexta-feira, ter ficado ferido.

Após o incidente, o artista compartilhou um pequeno vídeo do homem sendo preso. Os meios de comunicação locais identificaram-no como Vaclav Pisvejc, um aspirante a artista nascido na República Checa que desenvolveu uma reputação por ações semelhantes.

“Infelizmente não é a primeira vez que comete este crime”, disse Galansino, que não soube informar como o homem conseguiu aceder ao evento, que era apenas para convites. “É uma pessoa que gosta de chamar a atenção perturbando exposições e estando em contato com artistas de todo o mundo”.

Em 2018, Pisvejc atacou a artista Marina Abramovic em Florença, Itália, acertando na cabeça dela um retrato de papel que havia feito. Após este incidente, Abramovic perguntou por que ele agiu assim. Ele respondeu: “Eu tive que fazer isso pela minha arte.”

Ele também foi acusado de vandalizar com tinta spray uma estátua do artista suíço Urs Fischer na central Piazza della Signoria. E no ano passado, ele foi preso depois de escalar uma estátua em Florença enquanto estava nu e com a palavra “censurado” escrita em seu corpo.

De volta ao museu, a exposição foi inaugurada oficialmente no sábado e continuará conforme planejado. O cubo de porcelana, porém, não será substituído.

“O processo de destruição de uma obra de arte e do seu verdadeiro significado acontece simultaneamente e, mesmo que seja feita uma substituição, não pode restaurar o valor existencial do original”, disse Weiwei no seu comunicado. — Acredito que deveria permanecer como está agora, um espaço em branco onde estava, com uma fotografia da peça antes da sua destruição servindo de explicação.