Depois que o opositor Edmundo González obteve asilo na Espanha, a Venezuela tenta normalizar as relações externas em meio à contrapressão dos Estados Unidos (EUA), da Europa e de alguns países latino-americanos.
Depois de González ter deixado a Venezuela, frustrando as expectativas dos adversários com alguma reviravolta política, o país caribenho foi mais uma vez alvo de sanções económicas unilaterais dos EUA. Além disso, o governo foi novamente acusado de violações dos direitos humanos durante os protestos pós-eleitorais, e a Assembleia da União Europeia (UE) reconheceu González como presidente da Venezuela.
Enquanto isso, uma operação policial prendeu mercenários acusados de planejar o assassinato de Maduro, e foi divulgado um documento no qual o candidato González aceita a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) que ratificou a reeleição do presidente na votação de 28 de julho.
Em meio a esses acontecimentos, o governo venezuelano tem buscado fortalecer-se no cenário internacional por meio de aliados imunes à influência dos EUA e de negociações com representantes da Organização das Nações Unidas (ONU). Neste sábado (21), o presidente Maduro se reuniu com Gianluca Rampolla del Tindaro (na foto, ao centro), coordenador residente da ONU na Venezuela.
“Conversamos sobre dados importantes e detalhados sobre a conspiração que está sendo promovida a partir do território dos EUA para provocar violência e ataques terroristas contra a Venezuela”, disse Maduro em uma rede social.
Na última sexta-feira (20), o governo venezuelano afirmou que Maduro e o secretário-geral da ONU, António Guterres, conversaram por telefone em clima “amigável e fraterno” sobre as tentativas de desestabilizar politicamente o país.
“Ambos os dignitários concordaram em apoiar consultas com diferentes setores políticos, sociais e económicos que incentivem o Governo Bolivariano a olhar para o futuro e dissipar qualquer ameaça de desestabilização na Venezuela”, destacou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
Ao mesmo tempo, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil Pinto, divulgou agendas com diplomatas de países como Rússia, Guiné Bissau e Colômbia.
Para o professor de relações internacionais do Ibmec SP, Alexandre Pires, apesar dos esforços do governo venezuelano, a situação é de maior isolamento internacional após a saída de González. E, apesar do apoio de países como a Rússia e a China, a Venezuela continua economicamente dependente dos EUA.
“Ela tem aliados políticos, mas não tem aliados economicamente interessantes. Os seus principais aliados económicos sempre foram a América do Norte e a Europa Ocidental. Não poderá vender o seu gás ou petróleo, por exemplo, à Rússia, que é um dos maiores produtores e exportadores do mundo. E, mesmo a demanda chinesa, é uma demanda por um tipo de combustível que não é um petróleo tão pesado como na Venezuela”, ponderou.
O reconhecimento de González
Na semana passada, o governo venezuelano divulgou uma carta do candidato da oposição Edmundo González admitindo que aceita a decisão do TSJ que ratificou a vitória de Maduro. Até então, Edmundo recusou-se a reconhecer a decisão e afirmou ter vencido as eleições de 28 de julho.
A carta assinada por Edmundo González foi entregue pelo opositor ao presidente da Assembleia da Venezuela, Jorge Rodríguez, e à vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, numa reunião na embaixada espanhola, onde Edmundo estava hospedado.
Segundo o documento, González afirmou que, “embora não concorde [com a decisão do TSJ]Eu aceito.” Após a publicação do texto, o opositor gravou um vídeo afirmando que foi coagido a assinar a carta, o que foi negado pelas autoridades venezuelanas. Jorge Rodríguez divulgou fotos e áudio da reunião para mostrar que ela ocorreu em um ambiente sem pressão ou coerção.
Operação contra mercenários
Poucos dias depois da partida de Edmundo González, o governo venezuelano informou que tinha detido mercenários de Espanha e da República Checa, bem como um oficial militar norte-americano, responsável pela organização de uma tentativa de assassinato do presidente Nicolás Maduro. Também foram apreendidos 400 fuzis e pistolas que seriam utilizadas no crime.
O Ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, acusou as agências de inteligência dos EUA e da Espanha de estarem por trás do alegado plano para promover “ataques terroristas”. Os governos dos EUA e da Espanha negam quaisquer operações violentas na Venezuela.
Sanções econômicas
A saída do opositor Edmundo González da Venezuela também foi marcada pelo regresso das sanções económicas unilaterais dos EUA contra 16 responsáveis do país sul-americano.
Autoridades das forças de segurança do país, como o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), foram sancionadas, bem como funcionários do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e do TSJ, incluindo a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Caryslia Beatriz Rodriguez.
“O Departamento do Tesouro tem como alvo funcionários importantes envolvidos nas reivindicações fraudulentas e ilegítimas de vitória de Maduro e na sua brutal repressão à liberdade de expressão após as eleições”, disse o vice-secretário do Departamento do Tesouro. TesouroWally Adeyemo.
As sanções aplicadas após a saída de Edmundo González não afectam o sector petrolífero, apenas bloqueiam propriedades em nome das autoridades directamente afectadas. Desde 2017, a Venezuela está impedida de operar no mercado financeiro global devido a sanções. Entre 2018 e 2019, o sector petrolífero e mineiro também foi alvo de sanções unilaterais dos EUA.
Direitos humanos
Uma investigação independente realizada por especialistas ligados ao Conselho de Direitos Humanos da ONU acusou mais uma vez o governo Maduro de violar os direitos humanos através do uso de violência extrema contra manifestações, detenções arbitrárias e tortura.
Para o grupo, a situação representa uma continuação de padrões anteriores que a comissão independente já havia condenado como possíveis crimes contra a humanidade.
Na última sexta-feira (21), o governo venezuelano rejeitou o relatório da ONU em discurso ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. “Relatório vulgar e panfletário, relatado por uma missão ilegítima, politizada e ideologizada, criada pelo cartel de governos do fracassado Grupo Lima com o único objetivo de cumprir ordens emanadas de Washington”, disse o chanceler venezuelano, Yvan Gil Pinto (em a foto, à direita).
Organizações de direitos humanos e alguns países denunciaram uma repressão contra opositores na Venezuela após a contestação do resultado das eleições de 28 de julho, com detenções em massa que atingiram 2.000 detidos.
As autoridades venezuelanas afirmam que a violência é promovida por grupos de extrema direita insatisfeitos com o resultado eleitoral. Segundo o Ministério Público do país, grupos criminosos foram pagos para atacar edifícios públicos e líderes chavistas, provocando a morte de mais de 20 pessoas e ferindo quase 100 agentes de segurança.
banco bmg agência
preciso de dinheiro emprestado urgente
empréstimo bolsa família quando vai ser liberado 2024
qual o valor do empréstimo do auxílio brasil 2023
quem recebe loas pode fazer emprestimo
zap empréstimos
itaú portabilidade telefone
empréstimo consignado no banco do brasil