As explosões simultâneas de ‘pagers’ do Hezbollah na terça-feira no Líbano, atribuídas a Israel pelo movimento islâmico pró-Irão, deixaram 12 mortos e quase 2.800 feridos, informou esta quarta-feira o ministro da Saúde libanês, Firass Abiad.
Depois de verificar todos os hospitais, o número de mortos subiu para 12, incluindo duas crianças, e entre 2.750 e 2.800 feridos, disse o ministro em conferência de imprensa.
O balanço anterior registrava nove mortes.
Alguns feridos no Vale do Bekaa, no leste do Líbano, foram levados para a vizinha Síria e outros serão transportados para o Irão, segundo o ministro. Muitas vítimas sofreram ferimentos no rosto, mãos ou estômago.
Reatliação
O movimento islâmico libanês Hezbollah prometeu nesta quarta-feira (18) que continuará a luta em apoio a Gaza, após as explosões de centenas de pagers de seus membros – ações que o grupo atribui a Israel – mataram nove pessoas e deixaram quase 2.800 feridas.
“A resistência islâmica no Líbano continuará, como em todos os dias anteriores, as operações para apoiar Gaza, o seu povo e a sua resistência, e para defender o Líbano, o seu povo e a sua soberania”, afirmou o grupo, aliado do movimento palestiniano Hamas.
No comunicado, o movimento pró-Irã também promete um “ajuste de contas severo” contra Israel pelo “massacre” de terça-feira.
Israel não fez comentários sobre as explosões, que ocorreram poucas horas depois do anúncio do governo sobre a inclusão da fronteira com o Líbano entre os objetivos da guerra, que tinha como foco o combate ao movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que não ficou ferido, fará um discurso na quinta-feira sobre os “últimos desenvolvimentos”.
Risco de conflito regional
‘Pagers’ são pequenos dispositivos de mensagens e localização que não requerem chip ou conexão à Internet.

O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, “não teve envolvimento nem conhecimento deste incidente”, segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, alertou para o risco de uma “escalada extremamente preocupante num contexto já (…) volátil”.
Ele também apelou a “todas as partes envolvidas que se abstenham de qualquer ação (…) que possa desencadear um conflito mais amplo”.
Num momento de tensão, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, chegou esta quarta-feira ao Egito para falar sobre uma possível trégua em Gaza, embora fontes próximas dele não acreditem em grandes progressos durante a viagem.
Caos nos hospitais
Uma fonte próxima ao Hezbollah disse que “centenas de membros” do movimento “ficaram feridos em explosões simultâneas de pagers” tanto nos subúrbios ao sul de Beirute como no sul do Líbano e no Vale do Bekaa.

Um correspondente da AFP na região observou vários feridos em hospitais. Outro jornalista da cidade de Sidon, no sul, relatou a chegada de dezenas de ambulâncias aos hospitais.
Nos subúrbios ao sul de Beirute, um reduto do Hezbollah, os médicos atenderam os feridos no estacionamento de um hospital e os moradores se reuniram para doar sangue.
“Nunca tinha visto nada assim na minha vida”, disse Musa, que mora na região e pediu para ser identificado apenas pelo nome.
“Eu e minha esposa estávamos indo ao médico e de repente explodiu alguma coisa (…). Tinha gente caída no chão, ninguém sabia o que estava acontecendo”, relatou.
Na vizinha Síria, 14 pessoas ficaram feridas em explosões de pagers, informou a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Desde o início da guerra em Gaza, desencadeada em 7 de Outubro de 2023 por uma incursão mortal de comandos do Hamas no sul de Israel, a fronteira com o Líbano tornou-se palco de confrontos de artilharia quase diários entre o exército israelita e o Hezbollah. , o que forçou o deslocamento de dezenas de milhares de civis de ambos os países.
Israel anunciou a decisão de estender os objectivos de guerra até à fronteira com o Líbano para permitir o regresso das pessoas deslocadas.
No ataque de 7 de outubro, comandos islâmicos mataram 1.205 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais israelitas.
Dos 251 raptados durante a incursão islâmica, 97 permanecem em cativeiro em território palestiniano, dos quais 33 foram declarados mortos pelo Exército israelita.
Os bombardeamentos e operações israelitas destruíram grande parte da Faixa de Gaza, causando a morte de pelo menos 41.272 palestinianos, a maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo o Ministério da Saúde no território governado pelo Hamas.
Quatro soldados israelenses morreram e seis ficaram feridos na terça-feira em combates no sul de Gaza, anunciou o exército na quarta-feira.
Pagers vieram de Taiwan
O jornal americano The New York Times noticiou que os aparelhos que explodiram vieram de Taiwan e foram carregados com explosivos antes de chegar ao Líbano, porém, a empresa taiwanesa Gold Apollo, apontada pelo jornal como fabricante, afirmou que os aparelhos foram produzidos por seus Parceiro húngaro BAC.

Uma fonte próxima do Hezbollah disse anteriormente à AFP que os pagers “que explodiram correspondem a um carregamento de mil dispositivos” que parecem ter sido “sabotados desde o início”. Segundo o NYT, foram encomendados cerca de 3.000 pagers, a maioria deles do modelo AR924.
“Para que Israel introduzisse um detonador explosivo no novo lote, provavelmente seria necessário aceder à cadeia de abastecimento destes dispositivos”, disse o analista militar e de segurança baseado em Bruxelas, Elijah Magnier.
“A inteligência israelita infiltrou-se no processo de produção, acrescentando uma componente explosiva e um mecanismo de activação remota aos pagers sem levantar suspeitas”, destacou o analista, levantando a possibilidade de que o terceiro que vendeu os dispositivos possa ter sido um “sistema de inteligência frontal” criado por Israel para este propósito.
“De acordo com um acordo de cooperação, autorizamos a BAC a utilizar a nossa marca para vender produtos em determinadas regiões, mas o design e o fabrico dos produtos são da responsabilidade exclusiva da BAC”, afirmou a empresa taiwanesa.
O governo do Irão acusou Israel de cometer um “ato terrorista”, que chamou de “massacre”.
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