A ONU denunciou, nesta terça-feira (10), uma lei aprovada recentemente pelo Parlamento da Nicarágua que poderá intensificar, na sua opinião, a “repressão” aos exilados nicaragüenses, cujos direitos pediu para “proteger”.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU debateu em Genebra o relatório sobre a situação na Nicarágua, apresentado por Christian Salazar Volkmann, chefe do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
“Essas reformas poderiam ser utilizadas para intensificar ainda mais a perseguição e repressão aos nicaragüenses, inclusive aos exilados, e aos estrangeiros, pelo exercício legítimo de seus direitos”, afirmou.
Na sexta-feira passada, entrou em vigor na Nicarágua uma lei para processar aqueles que cometem ações no exterior contra o governo, denunciado pelos exilados como uma “ferramenta de repressão transnacional”.
A lei contempla penas até 30 anos de prisão e confisco de bens por “crimes contra a administração pública”, “crimes cibernéticos” ou “crimes contra o Estado ou instituições”, entre outros.
O governo de Daniel Ortega reforçou a legislação e a repressão na sequência dos protestos da oposição em 2018. Desde então, cerca de 5.500 ONG foram encerradas e os seus bens confiscados.
Os protestos deixaram mais de 300 pessoas mortas em três meses, segundo a ONU, e desde então milhares de nicaraguenses foram para o exílio e centenas foram expulsos e os seus bens confiscados.
A lei entrou em vigor um dia depois de o governo Ortega ter libertado 135 presos políticos, que foram enviados para a Guatemala, graças à mediação dos Estados Unidos.
O enviado dos EUA pediu então a Ortega que não retirasse a nacionalidade nicaraguense a estes prisioneiros libertados, como fez com outros presos políticos libertados e opositores exilados.
Instrumento “imperialista”
No seu relatório anual sobre a situação na Nicarágua, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertou na semana passada para uma “grave” deterioração sob o governo de Ortega e da sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo.
O relatório documentou prisões arbitrárias de opositores, tortura, maus-tratos nas prisões, aumento da violência contra comunidades indígenas, ataques à liberdade religiosa, entre outros.
Num comunicado em vídeo, a Procuradora-Geral da Nicarágua, Wendy Morales, denunciou as “injustiças, parcialidades e ilegalidades” do documento, elaborado, na sua opinião, “com agenda definida”.
Estes instrumentos, utilizados pelos “imperialistas” para intervir nos assuntos internos, “violam o princípio da não intervenção”, disse Morales, a quem Washington sancionou em Março “por ser cúmplice da opressão”.
Em Junho de 2023, 271.740 nicaragüenses foram registados como requerentes de asilo em todo o mundo e 18.545 receberam o estatuto de refugiado, indicou o Grupo de Peritos em Direitos Humanos na Nicarágua num outro relatório de Fevereiro.
Os países com mais requerentes de asilo foram os países vizinhos, Costa Rica e Panamá, bem como os Estados Unidos, Espanha e México, acrescentou, citando dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Veja também
SAÚDE
Tempo seco no Brasil: 5 dicas para amenizar problemas de saúde devido à piora da qualidade do ar
Sertão
PM incinera cerca de 30 mil pés de maconha em roça no Sertão de Pernambuco; homem é preso
qual banco com menor taxa de juros para emprestimo
empréstimos banco do brasil simulador
empréstimo usando bolsa família
empréstimo descontado do salário
empréstimos para bpc loas
emprestimo descontado do salario
redução de juros de emprestimo consignado
consignado inss taxas
emprestimo consignado melhores taxas