Quando as sirenes de ataque aéreo soaram na manhã desta quarta-feira em Lviv, no oeste da Ucrânia, Yaroslav Bazylevych, sua esposa e três filhas correram para o local mais seguro próximo: as escadas do condomínio onde moravam.
Mas dos cinco familiares, apenas ele ainda está vivo —o único sobrevivente de um bombardeio russo que atingiu sua casa, localizada em uma cidade que já foi uma das mais seguras do país mesmo durante a guerra.
De acordo com os serviços de emergência ucranianos, Daryna, de 18 anos, suas irmãs Yaryna, 21, e Emilia, 7, e sua mãe Yevhenia, 43, foram mortas enquanto se abrigavam nas escadas do prédio.
É provável que Yaroslav tenha sobrevivido apenas porque estava dentro do apartamento de sua família quando o míssil atingiu o prédio – ele foi até lá buscar água para sua esposa e filhas.
A Ucrânia foi alvo de dois mísseis balísticos, 11 mísseis de cruzeiro e 29 drones durante as primeiras horas desta quarta-feira, informou a Força Aérea do país, que disse ter abatido 22 dos drones e sete dos mísseis de cruzeiro.
No total, sete pessoas morreram em Lviv e dezenas de outras ficaram feridas, disseram as autoridades ucranianas.
A morte das três irmãs e da mãe causou grande comoção em todo o país. Yarina, a filha mais velha, trabalhou na Câmara Municipal no âmbito da iniciativa “Lviv – Capital da Juventude da Europa 2025”, disse o presidente da Câmara, Andriy Sadovyi. Daryna, a irmã do meio, era bolsista de cultura ucraniana na Universidade Católica Ucraniana de Lviv e acabava de começar o segundo ano.
“Esta é uma perda grande e irreparável. Não há palavras que possam descrever essa dor. Rezemos pelas almas das vítimas inocentes. Rezemos pelo pai Yaroslav”, disse a universidade em comunicado.
A mãe e duas meninas mais velhas eram membros do movimento Escoteiro Ucraniano. Num comunicado, a organização descreveu Yevhenia como uma “personalidade criativa, inteligente, positiva e brilhante”.
Localizada na fronteira com a Polónia, Lviv sempre foi vista como um dos locais mais seguros do país.
Desde o início da guerra, dezenas de milhares de ucranianos se mudaram para lá, devido à grande distância da cidade da Rússia, o que dificulta os ataques aéreos.
Após o bombardeamento, o presidente Volodymyr Zelensky apelou novamente, na rede social X, aos aliados para que fornecessem mais capacidade de armas de longo alcance à Ucrânia.
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