Famosa baleia ‘espiã russa’ é encontrada morta na Noruega

Hvaldimir, uma baleia beluga que capta a imaginação do público desde 2019 depois de ter sido apanhada com um arnês — uma espécie de cinto ou coleira — aparentemente concebido para uma câmara, foi encontrada morta este sábado na Noruega, segundo uma organização sem fins lucrativos que trabalhou para proteger a baleia.

Sebastian Strand, fundador da organização sem fins lucrativos Marine Mind, disse que viu a baleia morta flutuando perto de Risavika, no sudoeste da Noruega, na tarde de sábado (31).

A causa da morte não foi imediatamente clara, disse ele. Havia marcas ao redor da baleia que poderiam ter sido feitas por pássaros ou outros animais marinhos.

“É de partir o coração”, disse ele. “Ele tocou o coração de milhares de pessoas aqui na Noruega.”

Strand acrescentou que estava trabalhando para enviar Hvaldimir para uma instalação onde a carcaça pudesse ser preservada por tempo suficiente para tentar determinar a causa da morte. Segundo algumas estimativas, a baleia tinha cerca de 4,2 metros de comprimento e pesava cerca de 1.227 quilogramas.

Hvaldimir, cujo nome é uma combinação de “hval”, a palavra norueguesa para baleia, e o nome Vladimir, foi avistado no norte da Noruega em 2019, inicialmente alarmando os pescadores.

As belugas tendem a se mover em grupos e normalmente habitam áreas remotas do Ártico. Para aumentar a intriga em torno de Hvaldimir, ele usava um arnês que o identificava como “equipamento” de São Petersburgo. Também parecia haver um suporte para câmera.

Alguns se perguntaram se a baleia estava em missão de reconhecimento russa. A Rússia nunca reivindicou a propriedade da baleia.

Se Hvaldimir era um espião, era excepcionalmente amigável.

A baleia mostrava sinais de domesticação e se sentia confortável perto das pessoas. Ela permaneceu em águas mais movimentadas do que as típicas das belugas, gerando preocupações de cientistas, ativistas e especialistas.

“Ele estava completamente aclimatado à cultura humana”, disse Strand, acrescentando que parecia que Hvaldimir “esteve em cativeiro durante grande parte da sua vida”.

Strand e sua equipe trabalharam para educar moradores e turistas curiosos sobre a baleia, para protegê-la tanto quanto possível, pois ela permanecia fora de seu habitat habitual. No ano passado, Hvaldimir foi avistado ao largo da costa da Suécia, numa viagem para sul que o afastou das fontes de alimentos e em direção a portos mais industriais e perigosos.

Strand disse que estava promovendo medidas de segurança para Hvaldimir, que até agora desfrutou de um ano tranquilo e parecia estar com boa saúde na sexta-feira, segundo relatos.

“Não tenho certeza do que aconteceu”, disse ele. “Mas vamos descobrir.”