Centenas de detidos pós-eleições na Venezuela são levados a prisões de segurança máxima

Mais de 700 detidos durante o A crise pós-eleitoral na Venezuela foram transferidos para dois presídios de segurança máxima na última semana em meio a “irregularidades”, informou neste sábado (31) o Observatório Penitenciário Venezuelano (OVP).

“O regime de Nicolás Maduro realizou a transferência de mais de 700 presos políticos, detidos arbitrariamente após as eleições presidenciais de 28 de julho, que se encontravam em instalações policiais em todo o território nacional e foram levados para as prisões de Tocuyito [Carabobo, centro] e Tocoron [Aragua, centro]”, disse o OVP em comunicado à imprensa.

As transferências ocorreram nos dias 25, 27 e 30 de agosto “com muitas irregularidades, inclusive algumas intencionais, pois os seus familiares não foram notificados. Muitos deles descobriram quando foram levar comida aos seus familiares nas instalações da polícia”, acrescentou a ONG.

Mais de 2.400 pessoas, incluindo uma centena de adolescentes, foram detidas após os protestos que eclodiram contra a reeleição de Maduro em 28 de julho, quando ele foi proclamado vencedor em meio a acusações de fraude por parte da oposição, que afirma o triunfo de seu candidato, Edmundo González Urrutia.

No início de agosto, Maduro indicou que as prisões de Tocorón e Tocuyito – que durante anos foram controladas por organizações criminosas – estavam a ser preparadas para receber os detidos nos protestos.

“Todos os ‘guarimberos’ [manifestantes] eles vão para Tocorón e Tocuyito, prisões de segurança máxima”, disse Maduro na época.

Segundo o OVP, as autoridades não fornecem informações sobre os detidos. “Até o momento, nenhuma das pessoas transferidas nos dias acima mencionados teve permissão para ter contato com seus familiares ou a nomeação de seus advogados de confiança”.

Do total de 2.400 detidos, 1.581 foram registados como “presos políticos” pela ONG Fórum Penal, que lidera a defesa dos detidos por motivos políticos no país. A organização, porém, continua recebendo reclamações e contabilizando casos.

Houve também 27 mortes e 192 feridos durante as manifestações.