Os pilotos de testes da NASA Butch Wilmore e Suni Williams, que estão na Estação Espacial Internacional desde o início de junho, retornarão com a SpaceX em vez de usar o veículo Boeing que os levou até lá.
A decisão foi comunicada pelo administrador da NASA, Bill Nelson, neste sábado, 24. Os astronautas permanecerão em órbita até fevereiro, quando está previsto o retorno do veículo SpaceX Crew Dragon com mais dois tripulantes, que deve ser enviado ao espaço em setembro. com eles a bordo.
A decisão é um revés para a Boeing, que passou anos desenvolvendo o veículo Starliner que transportava astronautas para a estação espacial. Durante o voo, vários propulsores falharam temporariamente e os engenheiros identificaram vazamentos adicionais de hélio no sistema de propulsão.
A decisão da SpaceX de trazer Wilmore e Williams de volta significa que ambos passarão cerca de oito meses no total na estação. Inicialmente, a agência planejou uma missão de oito dias focada em testar o Starliner, e em determinado momento até falou em trazê-los de volta à Terra em meados de junho.
Nelson disse que conversou com Kelly Ortberg, novo CEO da Boeing. Ortberg expressou a intenção da Boeing de continuar trabalhando nos desafios do Starliner, segundo Nelson.
O vice-presidente da Boeing, Mark Nappi, responsável pelo Starliner, disse neste sábado, em mensagem aos funcionários da empresa que trabalham no projeto, que a decisão não foi o que eles esperavam.
A Boeing já havia dito que os dados coletados pela empresa e pela NASA sobre os desafios do Starliner mostravam que o veículo era seguro o suficiente para realizar o voo de retorno com os dois astronautas.
Nappi disse que a Boeing está pronta para tomar as medidas necessárias para apoiar o novo plano da NASA. “O foco permanece, antes de mais nada, em garantir a segurança da tripulação e da espaçonave”, disse ele na mensagem.
A decisão da NASA de não permitir que a Boeing tente devolver Williams e Wilmore provavelmente levantará questões sobre o futuro do Starliner.
A Boeing vem trabalhando no veículo há mais de uma década, relatando mais de US$ 1,4 bilhão em perdas após atrasos causados por problemas de software, válvulas presas e sistema de pára-quedas da espaçonave.
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