Quase 45 migrantes morreram este ano ao cruzar a floresta do Estreito de Darién, no Panamá, a caminho dos Estados Unidos, disse nesta quinta-feira (22) o ministro da Segurança do Panamá, Frank Ábrego.
“Este ano, segundo relatos recebidos, cerca de 45 pessoas perderam a vida ao tentar atravessar o território panamiano”, disse Ábrego, citado num comunicado do seu ministério.
O Estreito de Darién, na fronteira entre a Colômbia e o Panamá, tornou-se um corredor para migrantes que, saindo da América do Sul, tentam chegar aos Estados Unidos, apesar da presença de grandes perigos como rios transbordantes, grupos criminosos e animais selvagens.
“As pessoas que vêm aqui são guiadas por coiotes [traficantes de pessoas]pelos nossos habitantes, mas que, diante disso sem nenhum preparo físico, podem sofrer uma insolação, seu moral cai e posteriormente morrem”, afirmou Ábrego.
Em ocasiões anteriores, as autoridades panamenhas afirmaram que era muito difícil saber com exatidão o número de pessoas que morrem na selva devido à inacessibilidade do terreno e à dificuldade de encontrar os corpos, que, em algumas ocasiões, são devorados por animais.
Este ano, mais de 231 mil pessoas fizeram a perigosa travessia do Darién, incluindo 153.577 venezuelanos, 14.598 equatorianos, 14.674 colombianos e 12.065 chineses, segundo dados oficiais do Panamá.
Em 2023, mais de 520 mil pessoas atravessaram esta floresta, das quais dois terços eram venezuelanos.
Para tentar dissuadir os migrantes, o Panamá e os Estados Unidos assinaram um acordo por meio do qual Washington se comprometeu a financiar com 6 milhões de dólares (R$ 33,3 milhões a preços correntes) a deportação do Panamá de migrantes que atravessassem o Darién.
O Panamá deportou esta terça-feira, com a ajuda dos Estados Unidos, em voo charter, 29 colombianos com antecedentes criminais que entraram no país pela fronteira com a Colômbia.
O presidente panamiano, José Raúl Mulino, anunciou esta quinta-feira que deportará nos próximos dias os migrantes equatorianos que entraram pelo Darién.
“Progressivamente, faremos o que corresponde [para conter a passagem de migrantes pela selva]mas me encoraja ver que começamos a implementar o acordo com os Estados Unidos”, disse Mulino.
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