Um painel de quatro especialistas enviados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para analisar o processo eleitoral da Venezuela no dia 28 de julho divulgou um boletim preliminar nesta terça-feira (13).
Com base na experiência do Painel Eleitoral da ONU, o documento afirma que “o anúncio dos resultados sem a publicação dos seus detalhes, ou a divulgação dos resultados tabelados dos candidatos, não tem precedentes nas eleições democráticas contemporâneas”.
O declaração ligada à ONU destacou também que o Poder Eleitoral do país sul-americano “não cumpriu as medidas básicas de transparência e integridade essenciais para a realização de eleições credíveis” e que também não “seguiu as disposições legais e regulamentares nacionais e todos os prazos estabelecidos não foram cumpridos”. conheci”.
O governo venezuelano rejeitou a conclusão preliminar dos especialistas e afirmou que se trata de um ato de propaganda que serve os interesses golpistas da ultradireita venezuelana.
“Os membros deste pretenso painel de especialistas mantinham contacto frequente e direto, via telefone e videoconferências, com funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA), razão pela qual não há dúvida de que as suas declarações são produto das instruções hostis expedido desta instância”, afirmou em nota o Chanceler da Venezuela, Yván Gil Pinto.
O Painel de Especialistas da ONU foi convidado pelo governo venezuelano para acompanhar o processo eleitoral no dia 28 de julho. Não havia expectativa de que esta missão publicasse um relatório público, mas apenas fizesse recomendações internas ao Secretário-Geral da ONU em relação às eleições do país. Datado de 9 de agosto, o relatório preliminar foi publicado apenas ontem.
Sistema Robusto
Especialistas das Nações Unidas afirmaram que o sistema de votação eletrônica da Venezuela foi bem desenhado e confiável, sendo programado para funcionar com importantes procedimentos e protocolos de auditoria para publicação de resultados por assembleia de voto.
“A CNE [Conselho Nacional Eleitoral] implementou também um mecanismo robusto para o processo de transmissão de resultados: a transmissão digital dos resultados de cada máquina de votação para o principal centro de contagem da CNE, com vários níveis de proteção contra chamadas não autorizadas e ataques cibernéticos”, refere o comunicado.
O primeiro problema foi detectado na transmissão electrónica dos resultados que, depois de funcionar bem num primeiro momento, foi repentinamente suspensa nas horas seguintes ao encerramento das mesas de votação, “sem que nessa altura fosse prestada qualquer informação ou explicação aos candidatos, nem aos Painel”.
Só no momento do anúncio dos resultados é que a CNE informou ter havido um ataque cibernético ao sistema eleitoral do país, atrasando o trabalho do órgão. “No entanto, a CNE adiou e posteriormente cancelou três importantes auditorias pós-eleitorais, incluindo uma sobre o sistema de comunicações que poderia ter lançado luz sobre a ocorrência de ataques externos contra a infra-estrutura de transmissão”, acrescenta o relatório.
Minutas da oposição
Os especialistas afirmaram ainda que analisaram uma “pequena amostra” das supostas atas publicadas pela oposição num site e que mostram a vitória do candidato da oposição Edmundo González, o que contradiz o anúncio da CNE que deu a reeleição a Maduro.
“Todos aqueles que foram revisados possuem todas as disposições de segurança dos protocolos de resultados originais. Isto sugere que uma medida fundamental para salvaguardar a transparência estaria disponível, conforme planejado, em relação a quaisquer resultados publicados oficialmente”, diz o documento.
O relatório acrescenta ainda que os registos eleitorais estão dotados de uma série de mecanismos de segurança, como códigos QR e prova de assinaturas únicas, bem como assinaturas de funcionários públicos. “Esses recursos de segurança, em conjunto, parecem ser muito difíceis de falsificar”, diz ele.
O governo acusou a oposição de falsificar parte da acta que mostra a vitória da oposição. Com isso, foi aberta uma investigação criminal no país contra os responsáveis pelo endereço de internet que publicou a suposta ata. A oposição diz ter publicado cerca de 80% do total das atas e o governo afirma que mais de nove mil documentos são falsificados.
Dia de eleição
Apesar das críticas, o Painel de Peritos Eleitorais da ONU elogiou o trabalho da CNE no dia das eleições, afirmando que a votação decorreu num ambiente pacífico e foi logisticamente bem organizada. “A CNE conseguiu detectar e resolver rapidamente a grande maioria dos pequenos problemas técnicos reportados durante o dia”, destacou o relatório.
Os especialistas acrescentaram que mantiveram um diálogo construtivo e positivo com a CNE até ao encerramento das urnas no dia 28 de Julho. “Depois desse momento, o Painel, infelizmente, e apesar de um pedido enviado por nota verbal, não conseguiu reunir-se com o Conselho de Administração da CNE antes da sua saída [da Venezuela]”, concluíram.
Judicialização
Devido ao alegado ataque cibernético e aos questionamentos da oposição de que o resultado emitido pela CNE não era verdadeiro, o governo de Nicolás Maduro interpôs recurso junto ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) do país.
O mais alto tribunal venezuelano abriu uma investigação para apurar todo o processo eleitoral e informou que já possui todos os dados da CNE sobre a votação de 28 de julho. O principal candidato da oposição, Edmundo González, não compareceu ao TSJ e os partidos que o representam não apresentaram os documentos eleitorais alegadamente em posse dos partidos.
Espera-se que o TSJ emita em breve uma decisão definitiva sobre as eleições presidenciais. Países como Brasil, México e Colômbia solicitaram que as autoridades publicassem dados eleitorais detalhados para acabar com o impasse no processo eleitoral.
banco bmg agência
preciso de dinheiro emprestado urgente
empréstimo bolsa família quando vai ser liberado 2024
qual o valor do empréstimo do auxílio brasil 2023
quem recebe loas pode fazer emprestimo
zap empréstimos
itaú portabilidade telefone
empréstimo consignado no banco do brasil