Uma investigação criminal contra os responsáveis pelo site da oposição foi iniciada pelo Ministério Público (MP) venezuelano, nesta quarta-feira (7). No site foram publicados os supostos registros eleitorais que comprovariam a vitória de Edmundo González contra Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.
O chefe do deputado venezuelano, Tarek William Saab, afirma que os “supostos documentos” são falsificados e pretendem usurpar ilegalmente as funções do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), “fazendo com que a divulgação destas informações falsas agite a população”.
Os documentos publicados na página Resultados com a Venezuela têm sido utilizados pela oposição e por países – como os Estados Unidos e a União Europeia – para afirmar que os resultados divulgados pela CNE que dão a vitória de Maduro não são reais. O governo acusa a oposição de falsificar mais de nove mil atas publicadas neste local na rede Internet.
“Os responsáveis pela publicação e manutenção da referida página serão investigados pela suposta prática dos crimes de Usurpação de Funções; Forjar um documento público, instigando a desobediência às leis; Crimes Informáticos; Associação para Delinquência e Conspiração”, afirma o comunicado do Inspetor Geral da Venezuela.
Impasse
Como a CNE ainda não apresentou publicamente os dados de votação de cada uma das mais de 30 mil mesas de votação eleitoral, conforme exige a legislação do país, a oposição venezuelana criou um site com os supostos registos eleitorais que estão na sua posse. Líderes da oposição afirmam que os documentos representam mais de 80% do total das mesas.
Na Venezuela, ao final da votação, a urna imprime o boletim eleitoral que é distribuído a todos os fiscais dos partidos presentes no local. Os documentos servem para verificar se os dados utilizados pela CNE para totalizar os votos são os mesmos que saíram da urna no dia da votação.
Apesar de não disponibilizar os dados da tabela aos partidos, a CNE entregou a suposta ata original ao Superior Tribunal de Justiça (TSJ) do país, que abriu inquérito para apurar o processo eleitoral no dia 28 de julho.
Convocado, o principal candidato da oposição, Edmundo González, não compareceu ao TSJ, alegando que a expertise do Tribunal usurpa os poderes da CNE. Representantes dos partidos que apoiavam González compareceram, mas não entregaram a ata, alegando que já havia sido publicada no site.
O presidente Nicolás Maduro afirmou que entregará 100% das atas em poder de seu partido nesta sexta-feira (8).
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