Quatro jornalistas detidos durante os protestos pós-eleitorais na Venezuela foram acusados de crimes de terrorismo, informou o Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP), denunciando que as autoridades estão a impedir o acesso a advogados de defesa privados.
“Denunciamos a utilização ilegal e arbitrária de leis antiterrorismo na Venezuela, especialmente contra jornalistas e fotojornalistas detidos durante os protestos pós-eleitorais no país”, afirmou o SNTP num comunicado publicado nas redes sociais.
Os fotojornalistas Yousner Alvarado (Barinas, oeste) e Deisy Peña (Miranda, centro), o cinegrafista Paúl León (Trujillo, oeste) e o jornalista José Gregorio Carnero (Guárico, centro) foram acusados de crimes de terrorismo e estão detidos em prisões de seus respectivos estados .
Todas as detenções ocorreram após as eleições de 28 de julho e no contexto de manifestações contra a reeleição do Presidente Nicolás Maduro, indicou o SNTP.
A imprensa local garante que os jornalistas trabalhavam no momento da detenção.
“Em todos os casos, a defesa privada foi impedida de assumir”, acrescentou o sindicato.
Horas depois de Maduro ter sido proclamado presidente reeleito, em 28 de julho, com 52% dos votos, eclodiram manifestações em toda a Venezuela para rejeitar o resultado.
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Os protestos defenderam o voto a favor do candidato da oposição Edmundo González Urrutia, representante de María Corina Machado, principal rival de Maduro nas eleições, que foi desclassificado e denunciou fraude.
Os protestos levaram a tumultos com pelo menos 24 pessoas mortas, segundo organizações de direitos humanos, e mais de 2.200 detidas, segundo Maduro.
Entre os detidos estão também líderes da oposição, um deles o jornalista Roland Carreño, ativista do partido Voluntad Popular (VP).
O Ministério Público indicou ainda que entre as acusações que os detidos enfrentam estão “incitação ao ódio” e “terrorismo”, crime que acarreta 30 anos de prisão, a pena máxima na Venezuela.
As autoridades também investigam criminalmente Machado e González Urrutia por “incitamento à insurreição” depois de solicitarem apoio às Forças Armadas.
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