O chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, garantiu, nesta terça-feira (6), que seu país repudia “qualquer ato que leve ao aumento da violência ou que gere repressão” na Venezuela, palco de protestos contra a questionada reeleição de Nicolás Maduro, que já deixou 24 mortos.
Depois de uma eleição que a oposição denuncia como fraudulenta e, enquanto as manifestações contra o chavismo não param, o ministro colombiano pediu “que haja muita cautela, muita prudência, para evitar que ocorram surtos de violência”.
Os Estados Unidos e vários países latino-americanos aprovaram o candidato da oposição Edmundo González Urrutia como vencedor das eleições.
Por sua vez, os governos do Brasil, Colômbia e México promoveram um acordo político na Venezuela que permite superar a crise.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Gustavo Petro e Andrés Manuel López Obrador, respectivamente, “estão neste tipo de contatos. Esperamos que nesta semana e na próxima possam, se assim decidirem, comunicar os avanços que obtiveram”. , acrescentou Murillo durante entrevista coletiva no departamento (estado) colombiano de La Guajira (norte).
Maduro foi proclamado vencedor das eleições de 28 de julho pela autoridade eleitoral com 52% dos votos contra 43% de González, que reivindica a sua vitória, denuncia a fraude e afirma ter a maioria das atas que a confirmam.
Quando o resultado foi anunciado, eclodiram protestos que deixaram pelo menos 24 mortos, segundo organizações de direitos humanos, e cerca de dois mil detidos, segundo Maduro.
“Em qualquer cenário, os direitos das pessoas, os seus direitos políticos, sociais e económicos, devem ser respeitados”, assegurou Murillo.
A líder da oposição venezuelana María Corina Machado, que não pôde disputar as eleições devido à desqualificação política, mas que apoiou González, denunciou uma “campanha de terror” na Venezuela e pediu aos militares e à polícia que ficassem “ao lado do povo”. .
Mas a Força Armada Venezuelana confirmou a sua “lealdade absoluta” a Maduro. O Conselho Nacional Eleitoral não divulgou resultados eleitorais detalhados e afirma que seu sistema foi hackeado.
Embora tenha sido cauteloso nas suas declarações sobre a Venezuela, Petro apelou na quarta-feira passada a um “escrutínio transparente” face às “sérias dúvidas” sobre as eleições.
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