O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) deverá entregar esta semana ao Poder Judiciário os registros eleitorais do local de votação para as eleições presidenciais de 28 de junho. O Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) também solicitou documentos que comprovem o ataque cibernético que teria atrasado os trabalhos da CNE.
A decisão do Supremo Tribunal de Justiça publicada nesta sexta-feira (2) determinou que o Poder Eleitoral deverá apresentar, no prazo de 3 dias úteis a partir da sua notificação, as atas das mesas eleitorais em nível nacional; a ata da totalização definitiva do processo eleitoral; a ata de premiação e a ata de proclamação do processo.
“Além disso, constituindo o ataque cibernético denunciado ao sistema informático da CNE um acontecimento público, notório e comunicado, como impedimento à transmissão atempada dos resultados eleitorais, todas as provas associadas a tal acontecimento são também solicitadas ao Órgão Máximo Eleitoral. ”, diz a sentença proferida pelo TSJ.
A decisão é consequência do apelo apresentado pelo presidente Nicolás Maduro para que o Judiciário do país examine todos os acontecimentos relacionados com as eleições presidenciais do país. Na sexta-feira, foi convocada audiência pelo TSJ, e o principal candidato da oposição, Edmundo González, não compareceu à reunião.
Numa rede social, Edmundo disse que não compareceu ao TSJ porque seria dever da CNE garantir a transparência e fiabilidade dos processos eleitorais “sem omissão da sua parte e possivelmente usurpação de funções por outro órgão do Estado”.
Ao apresentar o recurso ao STJ, Maduro informou que estava disposto a entregar 100% das atas que estão com o partido do governo PSUV e pediu aos demais candidatos e partidos que fizessem o mesmo. Isto porque, ao final da votação em cada urna, é impresso um boletim com o resultado entregue aos fiscais presentes, que assinam o documento que também é enviado eletronicamente à CNE.
Minutas da oposição
Neste fim de semana, autoridades do governo Maduro denunciaram que parte dos registros eleitorais publicados pela oposição na internet são falsos e que comprovariam a vitória de Edmundo González. A oposição diz ter publicado 81% dos mais de 30 mil minutos.
“Detectamos uma enorme farsa com mais de 9.400 minutos forjada pela ultradireita venezuelana, o que é uma verdadeira fraude”, disse o presidente da Assembleia Nacional do país e chefe da campanha de Maduro, Jorge Rodríguez.
Segundo a direção chavista, esses mais de 9 mil minutos seriam sem dados completos, sem informações como assinatura do operador da seção eleitoral, demais membros da comissão eleitoral, fiscais e outras informações.
As atas publicadas pela oposição foram utilizadas pelos governos dos Estados Unidos e dos países da União Europeia para reconhecer a vitória de Edmundo, embora a auditoria oficial não tenha sido realizada pela CNE.
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