As iniciativas diplomáticas multiplicaram-se neste domingo (4), enquanto o Irã e seus aliados, principalmente no Líbano, preparam uma resposta aos assassinatos de líderes islâmicos atribuídos ou reivindicados por Israel.
O G7 manifestou “grande preocupação com os acontecimentos recentes que ameaçam provocar uma regionalização da crise, a começar pelo Líbano”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, após uma videoconferência com os seus homólogos do grupo das principais potências ocidentais.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o Rei Abdullah II da Jordânia sublinharam numa conversa telefónica “a necessidade de evitar a todo o custo uma escalada militar regional” e “apelaram a todas as partes para abandonarem a lógica da retaliação”, afirmou a Presidência francesa. em um comunicado.
Tal como os EUA e o Reino Unido, a França pediu aos seus cidadãos que abandonassem o Líbano “o mais rapidamente possível”, uma vez que o país enfrenta “um contexto de segurança muito volátil”. A Arábia Saudita, a Suécia e a Jordânia tomaram medidas semelhantes.
O Canadá, que já tinha pedido aos seus cidadãos que deixassem o Líbano no final de junho, também pediu no sábado para “evitar” viajar para Israel.
O Irã, o movimento islâmico palestino Hamas, no poder em Gaza, e o grupo libanês Hezbollah acusaram Israel de assassinar o chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, na quarta-feira.
Israel não comentou a operação, que ocorreu poucas horas depois de um atentado bombista – reivindicado por Israel – ter matado o chefe militar do Hezbollah, Fuad Shukr, num subúrbio de Beirute.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou Israel com “punição severa” e o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, falou de uma “resposta inevitável”.
O enviado do Irã na ONU disse esperar que o Hezbollah ataque “profundamente” o território israelense e não se limite a alvos militares.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que seu país “está em um alto nível de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo quanto ofensivo”.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, estão a preparar-se para “todas as possibilidades”, disse o vice-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jon Finer.
“O Pentágono está a mobilizar recursos significativos para a região para se preparar para o que poderá ser novamente a necessidade de defender Israel de ataques, ao mesmo tempo que trabalha arduamente diplomaticamente para acalmar esta situação, porque não acreditamos que uma guerra regional não seja da conta de ninguém. interesse neste momento”, acrescentou.
– Foguetes e adagas –
O Hezbollah e Israel travam duelos de artilharia quase diários desde 8 de outubro, um dia após o início da guerra em Gaza entre Israel e o Hamas.
Na noite de sábado, o Hezbollah disse ter disparado dezenas de foguetes pela primeira vez contra a cidade de Beit Hillel, no norte de Israel.
O exército israelense disse que disparou 30 projéteis do Líbano e conseguiu interceptar a maioria deles.
Em Holon, um subúrbio de Telavive, duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas num ataque com faca, informou a polícia, acrescentando que o suspeito do “ataque terrorista”, um palestiniano da Cisjordânia ocupada, foi “neutralizado”. .
– 30 mortos no bombardeamento israelita de Gaza –
A Defesa Civil da Faixa de Gaza disse que um bombardeio israelense matou no domingo pelo menos 30 pessoas, “principalmente crianças e mulheres”, em um complexo educacional que abriga milhares de pessoas deslocadas pela guerra.
O exército israelense confirmou o bombardeio e disse que as duas escolas abrigavam um centro de comando e controle do Hamas.
A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando comandos islâmicos mataram 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.
Israel estima que 111 pessoas permaneçam em cativeiro em Gaza, embora 39 delas tenham sido mortas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que matou 39.550 pessoas em Gaza, também a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, que é governado pelo Hamas desde 2007.
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