Um dia depois de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter proclamado Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais na Venezuela, a oposição agrupada em torno de María Corina Machado decidiu criar um portal com supostos dados oficiais que dão a vitória ao seu candidato, Edmundo González Urrutia.
No centro da disputa — inflamada por denúncias de fraude e pela exigência internacional de transparência no processo — estão as atas de votação da eleição de domingo, que no momento da redação deste relatório não havia sido apresentada pelo órgão eleitoral, controlado pelo chavismo .
Quais são os minutos?
Na Venezuela, a eleição é automatizada desde 2004 e a urna eletrônica é semelhante a um computador pessoal: após entregar a identificação a um mesário, o eleitor tem acesso a uma tela com os nomes dos candidatos ao cargo em disputa.
Após a escolha e confirmação do voto, a máquina emite um recibo que será depositado em uma urna para eventual auditoria.
No final do período de votação, cada máquina “contabiliza os votos emitidos a favor da lista, dos candidatos nominais ou da opção preferida (no caso de referendos)”, segundo o Manual das Secções Eleitorais da CNE. Posteriormente, “os resultados eleitorais são divulgados pela urna eletrônica na Ata de Escrutínio”, que é impressa e serve como registro oficial dos votos emitidos.
Como os minutos são transmitidos?
Depois, “a mesma informação que foi impressa é registada digitalmente num registo electrónico que fica gravado num ficheiro, que a máquina cifra com uma palavra-passe e envia para a CNE” através de linha telefónica ou via satélite — este é o único momento de o processo eleitoral em que a urna transmite algumas informações, e as máquinas, que não estão conectadas à internet, possuem baterias que permitem seu uso mesmo sem energia elétrica.
Em Caracas, na sede da CNE, uma sala de informática realiza a contagem nacional com base na informação que recebe de cada uma das assembleias de voto. Terminada a soma de todos os minutos, os resultados são divulgados.
As testemunhas votantes podem solicitar cópias impressas da ata, que possuem pelo menos três sistemas de verificação de autenticidade: o hash (código alfanumérico), a assinatura digital (código numérico) e um código QR.
O sistema eleitoral da Venezuela é confiável?
Para Eugenio Martínez, jornalista especializado em eleições, o princípio da auditabilidade do sistema, que é uma parte importante da confiança dos cidadãos no sistema eleitoral venezuelano, é que qualquer pessoa pode entrar na plataforma da CNE, procurar a sua secção eleitoral e saber quais são os resultados. no local onde você votou.
No entanto, até ao fecho deste relatório, a CNE não tinha tornado públicos os resultados detalhados secção por secção, como tem sido exigido pela oposição e por grande parte da comunidade internacional. A plataforma onde esses dados deveriam aparecer está fora do ar pelo menos desde domingo.
O que diz a oposição?
A oposição venezuelana desenvolveu um site próprio para disponibilizar “as atas que processamos e compilamos até agora”, anunciou terça-feira a líder da oposição, María Corina Machado, que conseguiu enviar testemunhas para 95% das votações do país estações no domingo.
Segundo o site do Comando ConVzla, organização de campanha de María Corina, 81,85% dos locais de votação foram contados e digitalizados até a noite de quarta-feira. Os resultados da contagem paralela dão a vitória a Edmundo González Urrutia, com 67% dos votos, contra 30% de Maduro. Os comprovantes foram disponibilizados no portal, mas O GLOBO não conseguiu verificar a autenticidade dos documentos.
O que o governo diz?
A CNE, controlada pelo chavismo, proclamou a vitória de Maduro na madrugada desta segunda-feira, com base em 80% dos votos apurados. Segundo o órgão eleitoral, que não apresentou a ata da votação, o presidente chavista teria recebido 51,2% dos votos, contra 44,2% de González Urrutia.
A oposição não reconheceu os resultados, que concedem a Maduro um terceiro mandato de seis anos, e até queixou-se da lentidão da CNE na transmissão dos relatórios minuciosos.
Maduro, por sua vez, acusa a oposição de tentar dar um golpe de Estado. E o Ministério Público, também controlado pelo chavismo, abriu uma investigação para apurar um suposto ataque hacker que tentou invadir o sistema de transmissão de votos durante a votação, com o procurador-geral da República, Tarek William Saab, acusando María Corina e outros opositores de serem por trás da tentativa, com o objetivo de interferir no resultado da eleição.
Qual é a posição do Brasil?
O Brasil disse na quarta-feira que não aceitará uma investigação paralela para reconhecer o atual líder, Nicolás Maduro, ou o diplomata Edmundo González como presidente da Venezuela. O governo brasileiro quer que as cédulas sejam divulgadas, com contagem detalhada dos votos na eleição.
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