Eleição da Venezuela teve manipulação “aberrante”, diz secretário-geral da OEA

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, divulgou nota nesta terça-feira, 30, em que critica duramente a eleição de domingo (28) na Venezuela, que segundo autoridades locais foi vencida pelo atual presidente , Nicolás Maduroque a oposição e vários países contestaram.

Almagro afirma que durante todo o processo eleitoral o regime venezuelano aplicou “o seu esquema repressivo, complementado por ações que visaram distorcer completamente o resultado eleitoral, tornando este resultado sujeito à mais aberrante manipulação”.

O secretário-geral da OEA afirma que o regime de Maduro “este ano enganou atores importantes da comunidade internacional e mais uma vez entrou num processo eleitoral sem garantias, nem o mecanismo e procedimento para fazer cumprir essas garantias”.

“O manual completo para o tratamento malicioso do resultado eleitoral foi aplicado na Venezuela no domingo à noite, em muitos casos de forma muito rudimentar”, acusa ainda.

Almagro afirma que a oposição apresentou ata segundo a qual venceu as eleições e o regime de Maduro, incluindo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ainda não apresentou ata que comprove a vitória oficial, “o que neste momento seria ridículo e patético , não foi trágico.”

Com isto, diz que é imperativo saber sobre a eventual aceitação por parte de Maduro das minutas em posse da oposição “e consequentemente aceitar a sua derrota eleitoral e abrir caminho para o regresso da democracia na Venezuela”.

Caso contrário, seria necessária a realização de novas eleições, mas neste caso com observadores da União Europeia e da OEA, além de “uma nova CNE” para “reduzir a margem de irregularidade institucional que assolou este processo”.

O secretário-geral da OEA denuncia também a repressão contra o povo venezuelano, “sem dúvida a característica governamental mais relevante” do regime do país, e acusa a “gestão ineficiente que semeou uma das mais graves crises humanitárias e migratórias que a região já viveu”. visto.” ele sabia”.

Almagro também “lamenta a falta de memória cumulativa dos atores da comunidade internacional, o que leva sistematicamente à repetição de erros”.