Dezenas de venezuelanos protestaram, este domingo (28), em Miami por não poderem votar nas eleições presidenciais do seu país, já que o governo de Nicolás Maduro retirou as suas representações diplomáticas nos Estados Unidos após a ruptura das relações diplomáticas com Washington em 2019.
Os manifestantes, muitos deles envoltos em bandeiras venezuelanas, reuniram-se no bairro central de Brickell, em frente ao edifício que antigamente albergava o consulado do seu país em Miami, agora convertido num banco.
“Devíamos votar neste edifício (…), mas a ditadura criminosa de Nicolás Maduro tirou-nos o direito de voto. O que nunca nos tirará é o direito de protestar contra ele”, declarou Adelys Ferro, diretora executiva da Venezuela. American Caucus, uma das organizações que convocou a manifestação.
Ferro afirmou que o governo venezuelano poderia ter facilitado a votação nos Estados Unidos, mesmo sem delegações diplomáticas, mas optou por não fazê-lo.
Para o As eleições deste domingo decidirão entre a continuação do chavismoque está no poder há 25 anos, ou a vitória de uma oposição unida.
Allam Chávez se estabeleceu na região de Miami há oito anos, depois de deixar sua cidade natal, Barquisimeto, no norte da Venezuela. Neste domingo, ele está triste por não conseguir decidir quem governará seu país. “Sinto que estou de mãos atadas”, disse ele.
Sua esperança é uma vitória da oposição e a possibilidade de retornar à Venezuela, onde vivem muitos dos parentes de quem sente falta.
Tal como a maioria dos manifestantes, Chávez acredita que Maduro respeitará os resultados eleitorais, quaisquer que sejam, seis anos após a sua reeleição, sob suspeitas de fraude.
Maduro, de 61 anos, procura um terceiro mandato de seis anos enquanto o país ainda enfrenta uma grave crise que reduziu o PIB em 80% em 10 anos e forçou mais de sete milhões de pessoas a deixar o país.
Seu principal adversário é o diplomata Edmundo González Urrutia, 74 anos, que representa a líder da oposição popular María Corina Machado, que não pôde concorrer por desqualificação política.
Nos Estados Unidos vivem cerca de 640 mil venezuelanos, segundo os últimos dados do Pew Research Center (PWC), de 2021.
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