O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, trocaram alertas neste sábado (27) sobre o Mar do Sul da China, onde Pequim está envolvida em uma disputa territorial com as Filipinas, aliada de Washington. .
O chefe da diplomacia norte-americana reuniu-se com o seu homólogo chinês à margem de uma cimeira de ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), no Laos.
Ambos tiveram uma conversa “aberta e produtiva”, disse Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
A reunião ocorreu depois de Blinken ter criticado as ações “escaladas” e “ilegais” de Pequim no disputado Mar da China Meridional, por onde passa uma rota marítima essencial ao comércio internacional.
Confrontos
Nos últimos meses, esta zona tem sido palco de vários confrontos entre chineses e filipinos, o que evidencia o receio de que um aumento das tensões acabe envolvendo Washington, que tem um pacto de defesa com Manila.
Pequim reivindica quase todo o Mar da China Meridional e rejeita tanto as reivindicações territoriais de vários países do Sudeste Asiático, incluindo as Filipinas, como uma decisão internacional que determinou que as suas reivindicações não têm base legal.
“Os Estados Unidos não deveriam colocar lenha na fogueira, causar problemas e minar a estabilidade marítima”, disse Wang durante uma reunião com Blinken, segundo um comunicado publicado pelo Ministério das Relações Exteriores da China.
Blinken manifestou “preocupação” devido às ações provocativas tomadas recentemente pela China, em particular um bloqueio simulado perto de Taiwan, no momento da tomada de posse do Presidente taiwanês, Lai Ching-te, explicou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
A China considera Taiwan parte do seu território e, nos últimos anos, intensificou as ações de intimidação contra a ilha, que tem um governo democrático.
“Quando os promotores da independência de Taiwan lançarem uma provocação, responderemos”, disse Wang, citado pelo Ministério das Relações Exteriores da China.
Durante a reunião de uma hora e 20 minutos, Blinken mencionou a questão dos direitos humanos em Taiwan, Tibete e Hong Kong, bem como o apoio da China à Rússia na guerra na Ucrânia.
Por fim, citou a “questão das pessoas detidas injustamente na China e a necessidade de avançar neste ponto”, segundo Miller.
O papel “decisivo” da China
Após a visita ao Laos, o secretário de Estado continuará a sua viagem por seis países da região com escala em Hanói, no Vietname, com o objetivo de reforçar a sua influência americana em relação à China.
Blinken chegou ao Laos dois dias depois que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se reuniram à margem da reunião ministerial.
Na reunião, Lavrov afirmou que analisaram “detalhadamente” questões de cooperação e construção de “uma nova arquitetura de segurança”.
A China é um importante aliado da Rússia e os membros da NATO consideram que Pequim tem um papel “decisivo” em relação a Moscovo desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em Fevereiro de 2022.
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