Direita espanhola denuncia expulsão de parlamentares que viajaram à Venezuela para eleições

A direita espanhola denunciou, na noite desta sexta-feira (26), que uma delegação de parlamentares e membros do Parlamento Europeu enviada à Venezuela para observar as eleições presidenciais do próximo domingo (28) foi detida no aeroporto de Caracas, capital venezuelana, e logo posteriormente expulso do país.

“Acabaram de me informar que a delegação do Partido Popular [PP]formada por 10 deputados, senadores e eurodeputados, é realizada no aeroporto de Caracas pela [Nicolás] Maduro”, escreveu na rede social X Alberto Núñez Feijóo, líder do principal partido da oposição em Espanha.

Pouco depois, o porta-voz parlamentar do PP, Miguel Tellado, um dos membros da comitiva, relatou num vídeo no X, em que é visto dentro de um avião, que os parlamentares estavam a ser expulsos da Venezuela.

“Estão nos expulsando do país, não nos permitem acesso à Venezuela. Infelizmente, a polícia de Maduro é implacável”, disse Tellado.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores disseram à AFP, no entanto, que o Partido Popular já havia sido avisado de que as autoridades venezuelanas haviam negado o seu pedido de observação das eleições.

O PP foi notificado da “inadmissibilidade deste pedido por parte da Venezuela”, apesar de ter realizado a deslocação a Caracas, disseram as fontes.

Os parlamentares “foram recebidos pelo cônsul-geral espanhol em Caracas, que os esperava no aeroporto”, acrescentaram as fontes.

Tellado disse que a delegação do partido conservador viajou à Venezuela a convite do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e de María Corina Machado, líder que ele representa e que está inabilitada para concorrer.

“O chavismo não quer testemunhas. Não quer que a comunidade internacional tenha olhos e ouvidos na Venezuela durante este fim de semana e por isso impediram a entrada de delegações de diferentes países”, acrescentou Tellado.

Após anos de crise, a Venezuela vai às urnas no próximo domingo (28) para eleger um presidente em clima de tensão e incerteza.

Nicolás Maduro busca um terceiro mandato, o que o colocaria no poder por 18 anos, mas a maioria das pesquisas de intenção de voto apontam González como favorito.