A 3ª reunião de Ministros da Fazenda e Presidentes de Bancos Centrais do G20 termina nesta sexta-feira (26) com debate sobre questões relacionadas ao financiamento sustentável. Um dos temas que entrará em pauta é a proposta brasileira de revisão dos fundos multilaterais para o clima, os chamados fundos verdes. Outro tema será sobre infraestruturas resilientes, adaptadas para lidar com os impactos ambientais.
“É um tema importante que queríamos trazer para o centro desta sessão. Tivemos tragédias recentes no Brasil, como as enchentes no Rio Grande do Sul, a seca na Amazônia, os incêndios no Pantanal”, destaca a embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e coordenadora do G20 Finance Track, em entrevista nesta quinta-feira (25).
Antes de encerrar, os presentes ainda debaterão a arquitetura financeira internacional e a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento. Este é um tema considerado prioritário para o Brasil.
Além do comunicado final da reunião, deverá ser divulgado um comunicado do Ministério da Fazenda e outro da presidência brasileira do G20. Este último se concentrará em questões geopolíticas.
Ao final do primeiro dia de reunião desta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que haverá um reconhecimento, no texto final do encontro, de que é necessário aprofundar as discussões sobre a tributação do super -rico. Segundo ele, o tema já está incluído na agenda internacional.
O encontro faz parte do intenso programa de atividades do G20, realizado no Rio de Janeiro. As delegações participantes debateram as perspectivas de crescimento económico, o processo de desinflação, a criação de emprego, a regulação do sistema financeiro e a tributação internacional.
A relação entre políticas macroeconómicas e desigualdades também foi abordada. “Esse tema foi levantado pela presidência brasileira e teve ampla aceitação”, afirmou Tatiana Rosito.
Segundo o embaixador, entre os membros do G20, países convidados e organizações internacionais, há 77 delegações participantes. Este número leva em consideração que o Ministério das Finanças e o Banco Central do mesmo país possuem delegações diferentes. Considerando todos os inscritos, são mais de 470 delegados no total.
As 19 maiores economias do mundo, bem como a União Europeia e, mais recentemente, a União Africana, têm assento no G20. O grupo estabeleceu-se como um fórum global de diálogo e coordenação sobre questões económicas, sociais, de desenvolvimento e de cooperação internacional.
Em dezembro do ano passado, o Brasil sucedeu à Índia como presidente. É a primeira vez que o país assume essa posição no formato atual do G20, instituído em 2008. No final do ano, o Rio de Janeiro sediará a Cúpula do G20, e a presidência do grupo será transferida para a África do Sul .
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