A redução das desigualdades globais entre ricos e pobres é “um esforço conjunto e não será de curto prazo”, disse o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em declaração à imprensa após as sessões da Reunião Ministerial de Desenvolvimento do G20 nesta terça-feira (23). ). Uma das principais apostas da presidência brasileira é que os países possam se unir na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A reunião da aliança será nesta quarta-feira (24) e contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é um projeto ambicioso que representa o compromisso do Brasil com o objetivo de erradicar de uma vez por todas a fome e a pobreza”, disse Vieira. O ministro explicou que a aliança funcionará como uma plataforma para conectar países que estão comprometidos com a implementação nacional de políticas públicas de proteção social e parceiros dispostos a oferecer conhecimento técnico especializado e/ou apoio financeiro para avançar nesses esforços.
O lançamento preliminar do compromisso será nesta quarta-feira. Em Novembro, porém, será efectivamente formalizado na Cimeira dos Líderes do G20, no Rio de Janeiro.
Anteriormente, o ministro destacou as desigualdades globais, citando dados da Oxfam – uma confederação de 19 organizações – que mostram que o 1% mais rico do mundo ficou com quase dois terços de toda a riqueza gerada desde 2020.
Questionado sobre a adesão dos países à proposta de taxar os super-ricos, medida que visa mitigar esta desigualdade, o ministro disse que vários representantes dos países manifestaram o seu apoio. “Acho que é uma questão de continuar a conversar e avançar neste tema”, disse ele.
Segundo um dos autores da ideia, o economista francês Gabriel Zucman, a tributação dos super-ricos afetaria apenas 3.000 indivíduos em todo o planeta, dos quais cerca de 100 na América Latina. Em troca, teria potencial para arrecadar cerca de 250 mil milhões de dólares por ano.
Declarações
Depois de apenas reuniões de grupos de trabalho, o G20 começa a entrar na fase de reuniões ministeriais. Este ano, depois de dois anos e meio, os ministros voltaram a publicar declarações conjuntas. Comemorou Vieira. “É uma vitória da diplomacia brasileira e da presidência brasileira do G20, que destaca a importância de uma política externa equilibrada e que tenha credibilidade entre seus pares”, destacou.
Segundo o ministro, desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, em fevereiro de 2022, o G20 não conseguiu aprovar documentos de nível ministerial, devido a divergências entre os países sobre este tema. Segundo Vieira, o conflito “dificulta este grupo, que reúne as 20 maiores economias do mundo, na sua capacidade de impulsionar a agenda internacional”.
Para destravar as declarações, ficou acertado que a presidência brasileira do G20 emitiria uma declaração sobre questões geopolíticas e, com isso, poderiam ser emitidas declarações ministeriais sem que os países ficassem reféns de chegar a um consenso geopolítico. O comunicado da presidência foi publicado nesta segunda-feira (22).
Livres de um posicionamento geopolítico, foram emitidos na própria segunda-feira dois documentos ministeriais, no âmbito da Reunião Ministerial de Desenvolvimento, o Apelo à Acção do G20 para o Fortalecimento dos Serviços de Água Potável, Saneamento e Higiene e o Não deixar ninguém para trás: Declaração Ministerial de Desenvolvimento do G20 para reduzir as desigualdades.
Espera-se que questões geopolíticas como as guerras em Gaza e entre a Rússia e a Ucrânia sejam discutidas pelos líderes na reunião de Novembro. “Sim, há um compromisso de reunião de líderes. Isso é diferente, porque esse tema terá que ser objeto de discussão entre os líderes”, explicou o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros, embaixador Maurício Lyrio, sherpa do Brasil. Os sherpas são os representantes de cada país do G20 que orientam as discussões e acordos até a cúpula final com os chefes de estado.
Eleições americanas
O ministro Mauro Vieira também foi questionado, em relação às eleições americanas, se o resultado, dependendo do candidato eleito, poderia impactar as negociações multilaterais. O ministro respondeu que “a escolha do candidato vencedor dependerá do povo americano”.
“Tenho certeza de que há interesse de todos os países em conviver harmoniosamente, seja em organizações como a ONU [Organização das Nações Unidas], seja em contactos bilaterais. Portanto, penso que seja qual for o resultado, continuaremos a trabalhar com os Estados Unidos e com todos os outros países”, disse ele.
O G20 é formado por 19 países – África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia e dois organismos regionais, a União Africana e a União Europeia. Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos a nível mundial) e mais de 75% do comércio mundial, e cerca de dois terços da população do planeta.
banco bmg agência
preciso de dinheiro emprestado urgente
empréstimo bolsa família quando vai ser liberado 2024
qual o valor do empréstimo do auxílio brasil 2023
quem recebe loas pode fazer emprestimo
zap empréstimos
itaú portabilidade telefone
empréstimo consignado no banco do brasil