Em longo discurso, Trump mira tanto em Kamala Harris quanto em Joe Biden

Num discurso cáustico, com referências sarcásticas aos adversários da chapa democrata – e dedicando quase tanto espaço à atual vice-presidente, Kamala Harris, como ao presidente Joe Biden, reiteradamente chamado de “torto” e, numa ocasião, “ estúpido”. -, o candidato republicano Donald Trump, no sábado seguinte ao ataque na Pensilvânia, enfatizou a sua agenda de redução de impostos e desregulamentação, bem como a promessa de atrair a produção automóvel de volta ao Michigan, tradicional centro do sector nos Estados Unidos.

Com repetidos acenos à retoma das perfurações – numa referência à indústria petrolífera -, Trump, dirigindo-se aos trabalhadores de um estado pêndulo essencial para a vitória no colégio eleitoral, prometeu fortalecer o sector, atraindo uma produção que, no seu entender, era indevidamente deslocados para países como a China e o México.

“Fiz mais pelos trabalhadores industriais do Michigan do que qualquer outro presidente”, disse Trump. “Michigan, eles roubaram de você a indústria automobilística”, observou ele em outro ponto do discurso. “Se quiserem entrar aqui, terão de produzir aqui”, acrescentou, lembrando que a China tem agora os seus próprios fabricantes de veículos, e até o México começou a produzi-los, com o “estúpido Biden”.

A ligação ao nome do atual presidente deve-se a iniciativas do governo democrata a favor das energias limpas e da mobilidade elétrica, que Trump prometeu reverter no “primeiro dia” de um possível novo mandato republicano. “Biden, o torto, será alguém que desaparecerá no passado”, disse ele.

Trump também foi agressivo em relação à política de imigração. Ele prometeu “selar” a fronteira sul com o México, evitando que “criminosos” e internos de “manicômios” continuassem a entrar no país – sem qualquer prova disso.

“Somos uma nação que perdeu o rumo, mas não vamos permitir que esse horror volte a acontecer”, disse em relação às eleições de novembro que, segundo ele, só perderá se houver “trapaça”. “Vamos restaurar a liberdade de expressão no país e, para que isso aconteça, temos de vencer”, observou Trump, prometendo também reverter as iniciativas de identidade e de respeito pela diversidade de género, uma agenda tradicional dos Democratas. “Os homens não competirão mais nos esportes contra as mulheres”, disse ele a certa altura, numa referência tendenciosa às pessoas trans.

“Tornaremos a América grande, segura, orgulhosa e poderosa novamente”, concluiu Trump, prometendo trazer de volta o que chamou de ‘Maganomics’ – uma política económica de “tornar a América grande novamente” baseada na desregulamentação, cortes de impostos, protecionismo e bloqueio de imigrantes empobrecidos. .