Após seis anos, o Brasil voltou a apresentar à Organização das Nações Unidas (ONU) uma avaliação dos seus objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). Chamado Relatório Nacional Voluntárioo documento mostra a evolução do Brasil em cada um dos 17 ODS das Nações Unidas, de 2016 a 2022.
A apresentação do relatório brasileiro foi feita nesta quarta-feira (17) pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo. A sessão aconteceu no Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, na sede da ONU, em Nova York, Estados Unidos.
Segundo ele, o Brasil decidiu reapresentar o relatório para demonstrar a retomada do compromisso do país com o desenvolvimento sustentável e com a Agenda 2030. “Apresentar o diagnóstico sobre a implementação das metas, dos objetivos do desenvolvimento sustentável no país, comunicar mundialmente o desempenho do Brasil em relação à agenda 2030, e restabelecer sua imagem internacional como protagonista da agenda de desenvolvimento”, disse o ministro .
O documento apresentado pelo Brasil considera o período de 2016 a 2022 e mostra que, das 169 metas dos ODS, apenas 14 (8,2%) foram plenamente cumpridas; enquanto 35 (20,7%) apresentaram evolução positiva; 26 gols (15,4%) não tiveram progresso e 23 (13,6%) sofreram reveses. 71 metas (42%) não puderam ser avaliadas adequadamente devido à falta de dados disponíveis ou a irregularidades nas séries de dados coletadas.
“Não é um mapa agradável, infelizmente terei que mostrar aqui, o que aconteceu no país nos últimos seis anos, principalmente nos últimos quatro anos de desmantelamento de todas as políticas públicas de proteção do ser humano e dos cidadãos”, disse. disse. Macêdo.
“É aqui, infelizmente, que o Brasil foi conduzido nos últimos seis anos, com políticas públicas enfraquecidas e desmanteladas pelo governo anterior. A volta do Brasil ao Mapa da Fome, a vulnerabilidade da população brasileira em termos de saúde e pobreza extrema e o enfraquecimento da democracia”, acrescentou.
Retomada
O relatório também destacou as ações que a atual gestão do governo federal tem realizado desde 2023 para avançar na Agenda 2030 e nas metas dos ODS. Entre os destaques estão a recriação da Comissão Nacional dos ODS, a retomada dos programas de combate à fome, à pobreza e à desigualdade; enfrentar emergências climáticas e preservar biomas; transição energética justa e sustentabilidade na Amazônia; além de defender a democracia, a igualdade racial e o trabalho digno, e a participação da sociedade brasileira nas decisões de políticas públicas.
“Quando chegamos ao governo, neste terceiro mandato do presidente Lula, o presidente encontrou 33 milhões de brasileiros com fome e outro terço da população com algum tipo de insegurança alimentar. Com a retomada do novo Bolsa Família, com as Cozinhas Solidárias, com a economia popular, com os programas sociais, já retiramos, neste ano e meio, 24,5 milhões de brasileiros que estavam passando fome e na pobreza absoluta”, destacou Macêdo .
O ministro destacou ainda o lançamento de programas como o Plano Brasil Sem Fome, o Programa de Aquisição de Alimentos, o Programa de Aquisição de Alimentos para Merenda Escolar, o Plano Safra da Agricultura Familiar e do Agronegócio e o lançamento da Política Nacional de Agroecologia.
“Quero dizer que também na educação retomamos programas como a expansão das universidades e criamos o Pé de Meia, um programa que visa manter os jovens do ensino primário e secundário na escola”, disse.
Segundo o documento apresentado, a agenda de combate às alterações climáticas passou, desde 2023, a trabalhar em colaboração com políticas de desenvolvimento económico, social e ambiental. O texto destaca que o Comitê Interministerial sobre Mudanças Climáticas foi reformulado e o Plano Climático está sendo elaborado de forma participativa.
“Criamos um plano de ação para prevenir e controlar o desmatamento na Amazônia Legal, reduzindo o desmatamento em nosso país em quase 50%, desde o início. E nosso objetivo é o desmatamento zero. E estamos apenas lançando o Plano Climático Participativo, que será realizado com a participação da sociedade para o enfrentamento das mudanças climáticas”, disse o ministro.
O ministro finalizou a apresentação destacando a iniciativa brasileira de criação do ODS 18, que trata da Igualdade Étnico-Racial. A proposta foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU em 2023.
“O ODS 18 é voluntário e foi assumido pelo nosso país. Está em processo de implementação e já foi criada uma câmara técnica no âmbito da Comissão Nacional dos ODS e traçadas as metas e indicadores que serão debatidos, discutidos e validados pela sociedade brasileira organizada, pelos movimentos sociais”.
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