Israel atacou o sul e o centro da Faixa de Gaza nesta segunda-feira (15) para pressionar ainda mais o Hamas, após um ataque no fim de semana que teve como alvo a liderança do grupo militante e matou muitos palestinos acampados em uma designada “Zona de Segurança”.
Dois dias depois de o ataque israelita ter transformado uma área movimentada de Mawasi, perto da costa do Mediterrâneo, num terreno baldio carbonizado, repleto de carros em chamas e corpos mutilados, os sobreviventes deslocados disseram não ter ideia para onde deveriam ir.
“Aqueles momentos em que o chão tremia sob meus pés e a poeira e a areia subiam para o céu e eu via corpos desmembrados – nunca tinha visto nada parecido em minha vida”, disse Aya Mohammad, 30 anos, vendedora de mercado em Mawasi, contatada. via mensagem de texto do celular.
“Para onde ir é o que todos perguntam e ninguém tem a resposta.”
Mawasi, na periferia oeste de Khan Younis, é o lar de centenas de milhares de palestinos que fugiram para a área depois que Israel a declarou uma zona segura. Israel disse que seu ataque no sábado teve como alvo o comandante militar do Hamas, Mohammed Deif, um dos arquitetos do ataque de 7 de outubro às cidades israelenses que desencadeou a guerra em Gaza.
As autoridades palestinas dizem que pelo menos 90 pessoas foram mortas no sábado e centenas ficaram feridas. Jornalistas da Reuters presentes no local filmaram a carnificina, com moradores carregando feridos e mortos em meio a chamas e fumaça.
Mais ao sul, em Rafah, principal foco do avanço de Israel desde maio, moradores relataram novos combates na segunda-feira. As forças israelenses nas partes oeste e central da cidade explodiram várias casas, disseram. Autoridades médicas disseram ter recuperado 10 corpos de palestinos mortos por fogo israelense nas áreas orientais da cidade, alguns dos quais já haviam começado a se decompor.
Os militares também intensificaram os bombardeamentos aéreos e de tanques no centro de Gaza, nos históricos campos de refugiados de Al-Bureij e Al-Maghazi. Autoridades de saúde disseram que cinco palestinos foram mortos em um ataque aéreo israelense contra uma casa no campo de Maghazi.
Os militares israelenses disseram que as forças aéreas atingiram dezenas de alvos militares palestinos em Gaza, matando muitos homens armados. Acrescentaram que as forças mataram homens armados em Rafah e no centro de Gaza, por vezes em combate corpo a corpo.
Um comunicado da brigada Al-Quds, o braço armado do grupo militante da Jihad Islâmica, disse que os seus combatentes estiveram envolvidos em batalhas ferozes no campo de Yabna, em Rafah.
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