O Hamas propôs que um governo palestiniano independente administre a Faixa de Gaza depois da guerra, durante negociações que procuram pôr fim a mais de nove meses de combates entre o movimento islâmico e Israel no território devastado.
Pelo menos 32 palestinos morreram nesta sexta-feira (12) em bombardeios israelenses que atingiram o norte, o centro e o sul de Gaza, palco de uma guerra desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, informou o Ministério da Saúde. do território.
“Apresentamos a proposta de que um governo apartidário, com poderes nacionais, administre Gaza e a Cisjordânia depois da guerra”, disse num comunicado Hossam Badran, membro do gabinete político do Hamas, que governou a estreita região palestiniana. território desde 2007.
A declaração coincide com a retomada das negociações indiretas entre os dois lados, que visam chegar a uma trégua e à libertação dos reféns mantidos em cativeiro em Gaza.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou na quinta-feira que foram feitos “progressos” no sentido de se chegar a um acordo de cessar-fogo e elogiou a “tendência positiva” das negociações, mediadas pelo Egipto, Qatar e Estados Unidos.
“A administração de Gaza depois da guerra é um assunto interno palestino que não deveria sofrer qualquer interferência externa. Não falaremos sobre Gaza (depois da guerra) com nenhuma parte estrangeira”, insistiu Badran.
Um líder do Hamas, porém, disse à AFP, sob condição de anonimato, que a proposta, que também sugere “abrir caminho para eleições gerais”, foi apresentada “com os mediadores”.
O conflito começou quando comandos islâmicos mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
O Exército Israelita estima que 116 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, 42 das quais morreram.
Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva em Gaza que matou 38.345 pessoas, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.
O Hamas anunciou no domingo que já não exigia um cessar-fogo permanente para negociar a libertação dos reféns, exigência em que insistiu nos últimos meses.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu que não encerraria a guerra antes de libertar todos os reféns e destruir o Hamas, organização que considera “terrorista”, mesma classificação dada ao movimento pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
A ofensiva militar israelita, acompanhada de um cerco quase total a Gaza desde 9 de outubro, devastou o território e provocou o deslocamento de grande parte da população, que enfrenta escassez de água e alimentos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que apenas cinco caminhões de ajuda conseguiram entrar em Gaza na semana passada.
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