O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) definiram nesta quinta-feira (19) as regras para as operações de patrulhamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições municipais.
De acordo com portaria conjunta assinada pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, e pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a PRF não poderá impedir a circulação de eleitores nos dias 6 e 27 de outubro, datas da votação. primeiro e segundo turnos.
Pelas regras, serão proibidas operações que tenham como único objetivo bloquear o trânsito de veículos para verificar a situação dos veículos.
A abordagem de motoristas e veículos infratores poderá ser realizada por agentes, mas em situações de flagrante desrespeito às regras de trânsito e para conter condutas que coloquem em risco a vida de outros motoristas.
A portaria prevê ainda que a PRF deverá comunicar previamente aos tribunais regionais eleitorais (TREs) a realização de operações que não se enquadrem no âmbito dos flagrantes. Nestes casos, a empresa deverá informar a justificativa e a localização do blitzestabelecimento de rotas alternativas para garantir a livre circulação de motoristas que não se encontravam em situação regular.
Durante a cerimônia de assinatura da portaria, a ministra Cármen Lúcia disse que as medidas foram adotadas após “experiências contrárias à democracia”.
“Trata-se de uma portaria conjunta que visa não permitir que o Estado interfira naquele que é um direito fundamental de todos, que é o direito de circular livremente para chegar aos locais de votação e exercer o direito de voto. adotar esse tipo de medida”, afirmou.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que as forças de segurança do governo vão garantir a livre circulação dos eleitores nas rodovias do país.
“Não queremos e não veremos a repetição dos actos vergonhosos ocorridos no passado recente em que os eleitores foram impedidos, por força do próprio Estado, de se deslocarem livremente até ao local eleitoral”, garantiu.
Nas eleições de 2022, a PRF realizou operações em rodovias do Nordeste para bloquear o trânsito de eleitores que viajavam para votar. A região é conhecida por registrar grande número de votos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O caso faz parte de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e que investiga a participação do ex-diretor da PRF Silvinei Vasques em atos ilícitos. Fez parte do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e comandou a corporação durante as eleições de 2022.
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