A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul (OAB-RS) anunciou que apresentará esta semana representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na Corregedoria do Tribunal do Trabalho contra o juiz Luiz Alberto de Vargas, de Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região, com sede em Porto Alegre.
O anúncio foi feito após a advogada Marianne Bernardi, grávida de oito meses, informar nas redes sociais que o magistrado negou pedido de prioridade de sustentação oral durante a sessão virtual da 8ª turma do tribunal, realizada no dia 27 de junho deste ano.
Durante a sessão, Marianne pediu preferência ao magistrado no julgamento do caso em que atua e anunciou que estava passando mal. Porém, o juiz negou o pedido e a profissional teve que esperar cerca de sete horas para que seu caso fosse chamado para julgamento.
Segundo a OAB, o Estatuto da Lei garante às advogadas grávidas o direito de serem ouvidas perante outros advogados durante as sessões de julgamento nos tribunais de todo o Brasil.
“É inaceitável que, no ano de 2024, os direitos fundamentais da mulher no ambiente de trabalho e as prerrogativas dos advogados sejam violados de tal forma. A recusa do referido magistrado em conceder preferência à advogada grávida não apenas viola o texto expresso das Leis 13.363/2016 e 8.906/94, mas também violam princípios básicos de igualdade, dignidade humana, proteção à maternidade e noções básicas de educação e respeito”, afirmou a OAB-RS.
Audiência
Marianne afirmou que ficou das 9h às 16h30 aguardando a chamada do caso para julgamento.
Durante a sessão, ao negar o direito de preferência, o juiz Luiz Alberto de Vargas alegou que a prioridade não se aplica às sessões virtuais, apenas às presenciais.
“É a minha posição, não vou mudar. O problema está sendo criado pela Dra. Marianne, não por mim. O médico teve uma hora para conseguir outro advogado para substituí-la, pois ela está passando mal. Não posso fazer isso. mais do que isso. Esse assunto já tomou muito tempo de sessão”, disse o juiz.
A advogada então argumentou que seu direito estava sendo desrespeitado pelo juiz. Ela foi defendida por outros juízes, advogados e pelo procurador do Trabalho que esteve na sessão.
“Doutor, não estou criando problemas aqui na sessão. É um direito legal ser desrespeitado por você”, disse.
Em meio ao impasse, o juiz chegou a dizer que não sabia se a profissional estava realmente grávida ou não. Ao ouvir a pergunta, ela se levantou da cadeira e mostrou a barriga de grávida para a câmera.
Apoiar
Além da OAB, o Ministério Público do Trabalho (MPT) se solidarizou com a gestante e afirmou que atua em defesa das mulheres trabalhadoras.
“É imprescindível garantir o respeito às trabalhadoras gestantes e lactantes, que merecem ser protegidas em seus direitos em todos os ambientes de trabalho, inclusive no Judiciário. A proteção da maternidade e da infância é um compromisso que garante a efetiva melhoria das condições de trabalho das mulheres grávidas e lactantes como medida de justiça social e igualdade de condições no exercício profissional” declarou o órgão.
Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região declarou que a rejeição da preferência pelo juiz não reflete a posição do tribunal. O TRT também reafirmou o seu compromisso com o combate à discriminação contra as mulheres.
“A gestão do TRT-4 destaca que o tribunal é referência nacional em políticas de gênero, pioneiro na implementação de uma política de equidade e ações afirmativas voltadas à inclusão da mulher e à promoção da igualdade”, finalizou.
Outro lado
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa do tribunal e perguntou se o gabinete do juiz Luiz Alberto de Vargas pretendia comentar o episódio. O relatório aguarda feedback.
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