O advogado Wilson Pedro dos Anjos, do Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul (TJD-MS), entrou em contato com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), solicitando providências urgentes para nomeação de um interventor na Federação Mato-grossense de Futebol do Sul (FFMS). Esta acção visa assegurar uma gestão adequada durante o período em que o Tribunal avalia a situação do Presidente Francisco Cezário, recentemente detido por alegado desvio de mais de 6 milhões de dólares dos cofres da entidade.
Em entrevista ao Correio do Estado, o procurador reiterou preocupação com os possíveis impactos nos eventos esportivos programados no estado para os próximos meses.
Conforme detalhado no documento enviado à CBF, nenhum dos vice-presidentes tem condições de assumir responsabilidades em razão da decisão judicial que mantém Francisco Cezário preso. Diante dessa situação, os clubes são orientados a seguir o artigo 57 do estatuto, que estabelece a convocação de assembleia para deliberar sobre a gestão da federação.
Dado que o processo judicial não tem prazo definido, a nomeação do vice-presidente torna-se crucial. Essa necessidade é ainda mais premente devido ao iminente início dos campeonatos juvenis, como sub-13 e sub-20. A falta de uma decisão clara gera insegurança entre patrocinadores e demais interessados, tanto públicos quanto privados, no cenário esportivo neste estado. Além disso, a falta de ação por parte da entidade organizadora afeta a credibilidade de todos os envolvidos – sociedade, clubes, mídia – comprometendo a eficácia das competições.
O Correio do Estado entrou em contato com a Confederação Brasileira de Futebol, que confirmou ter recebido os documentos enviados pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul e informou que as decisões serão tomadas até o início da próxima semana.
Questionada sobre a possível influência dos clubes na escolha do interventor, a CBF afirmou que a entidade designará o interventor da FFMS até 2027 sem considerar a opinião dos clubes locais.
Segundo o advogado Wilson Pedro dos Anjos, do Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul (TJD-MS), todos os procedimentos para seleção do interveniente na FFMS devem ser realizados de acordo com o estatuto da entidade.
Clubes filiados à Federação devem se reunir nesta segunda-feira
Os presidentes dos clubes filiados à Federação Mato-grossense de Futebol devem se reunir na próxima segunda-feira para discutir o futuro da entidade. Um dos temas da pauta será a corrupção dentro da FFMS, os desdobramentos da Operação Cartão Vermelho e a possibilidade de contato com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para indicar um interventor.
O encontro está marcado para as 14h, no auditório do Hotel Ipê, em Campo Grande. O objetivo desta reunião é definir as ações que podem ser tomadas pelos clubes. Após a reunião, existe a possibilidade dos clubes realizarem uma coletiva de imprensa para explicar à sociedade e aos seus torcedores as medidas relativas ao futuro da FFMS.
“Essa reunião é para definirmos o futuro da federação e depois explicaremos aos nossos torcedores que os clubes também são vítimas dessa corrupção em que somos afetados. Estamos sendo afetados porque ninguém vai querer investir no futebol em mais o estado depois desse caso de corrupção A reunião é para tomarmos decisões e analisarmos opções para avançar na organização dos campeonatos”, relatou o presidente do Novo Futebol Clube, Eder Cristaldo.
O que diz o Estatuto?
Atual presidente da Federação Mato-grossense de Futebol, Francisco Cezário de Oliveira pode ser afastado da entidade por até 10 anos em casos de má gestão financeira. As informações estão descritas no estatuto da FFMS.
O dirigente está detido no Presídio Militar de Campo Grande desde terça-feira (21), após ser acusado de desvio de mais de R$ 6 milhões, entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023.
Outro cenário, segundo o Código de Direito Desportivo, é contatar diretamente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para uma possível intervenção na Federação Sul-mato-grossense de Futebol.
Ainda de acordo com o estatuto, esta comissão pode afastar temporariamente Francisco Cezário e convocar o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, para nomear um interveniente independente.
Suspeito de desviar R$ 6 milhões da FFMS, Cezário pode ser suspenso por até 10 anos
O presidente da Federação Mato-grossense de Futebol, Francisco Cezário de Oliveira, pode ser afastado da entidade por até 10 anos em casos de má gestão financeira. As informações estão previstas no estatuto da FFMS para casos de corrupção. O dirigente está preso desde a última terça-feira (21), após agentes do Gaeco cumprirem mandado de prisão na Operação Cartão Vermelho.
A reportagem do Correio do Estado teve acesso ao estatuto da Federação para entender melhor o que pode acontecer com o futuro da entidade. Conforme descrito no artigo 57, apenas os associados da FFMS podem convocar Assembleia Geral para discutir o futuro da entidade e também o estabelecimento de procedimento que apure casos de má gestão do presidente.
Cezário está à frente da federação há 26 anos. Ele foi preso no início da semana, suspeito de integrar um esquema criminoso que desviou valores superiores a R$ 6 milhões de acordos com a Federação Sul-mato-grossense de Futebol, entre os anos de 2018 e 2023.
Outro cenário, segundo o Código de Direito Desportivo, é contatar diretamente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para uma possível intervenção na Federação Sul-mato-grossense de Futebol.
Ainda de acordo com o estatuto, esta comissão pode afastar temporariamente Francisco Cezário e convocar o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, para nomear um interveniente independente.
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