O meio-campista Lucas Paquetá afirmou nesta sexta-feira (31) que, apesar das acusações da FA (Football Association, federação inglesa de futebol) sobre seu suposto envolvimento com o mercado de apostas esportivas, ele se sente bem e preparado para defender a camisa da seleção brasileira.
“Ainda estou preparado para ser [na seleção] naquela hora. Acho que fiz uma temporada muito especial, muito boa para mim e nas duas últimas convocações provei isso mais uma vez. Estou pronto, queria muito estar aqui, estou feliz por estar aqui e estarei disposto a dar o meu melhor para ajudar a Seleção Brasileira”, disse Paquetá durante conversa com jornalistas em Orlando, nos Estados Unidos , base da seleção brasileira para a Copa América.
O jogador disse que, por conselho de seus advogados, não poderia falar sobre as acusações da FA. No dia 23 de maio, a federação inglesa acusou o meio-campista por suspeita de tentar influenciar o mercado de apostas.
“O que posso dizer é que continuo dando o meu melhor, cooperando e meus advogados trabalharão em minha defesa e faremos o possível para que tudo fique esclarecido ao final disso”.
Segundo a acusação da FA, Paquetá, que joga no West Ham, de Londres, teria forçado cartões amarelos durante quatro jogos da Premier League na temporada 2022/23, supostamente para favorecer os apostadores do Rio de Janeiro.
“[Paquetá] tentou influenciar diretamente esses jogos, procurando intencionalmente ser cardado pelo árbitro com o propósito indevido de afetar o mercado de apostas para que uma ou mais pessoas lucrassem com as apostas”, afirmou a FA em comunicado.
Os jogos em que o atleta teria forçado o cartão foram contra Leicester (12 de novembro de 2022), Aston Villa (12 de março de 2023), Leeds (21 de maio de 2023) e Bournemouth (12 de agosto de 2023).
Paquetá negou qualquer irregularidade. “Estou extremamente surpreso e chateado que a FA tenha decidido me acusar”, disse o brasileiro em comunicado postado no Instagram. “Nego completamente as acusações e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome”.
Segundo as investigações, os cartões teriam coincidido com um aumento no volume de apostas online da Ilha de Paquetá, região da Baía de Guanabara onde o jogador nasceu.
O meio-campista também agradeceu ao presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ednaldo Rodrigues, e ao técnico Dorival Júnior, por manterem a convocação para os amistosos contra EUA e México e para a Copa América.
A CBF anunciou nesta quinta-feira (30) a decisão de manter o jogador no grupo por entender que excluir o atleta, sem que nenhuma punição lhe tenha sido imposta pela FA, seria uma ‘antecipação de penalidade’.
Em nota assinada pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, a entidade disse ter consultado a FA, que confirmou não terem sido solicitadas medidas provisórias em relação às atuais acusações contra o atleta do West Ham.
“Gostaria de agradecer publicamente ao presidente Ednaldo pelo esforço que fez em apurar minuciosamente os fatos relacionados a tudo o que aconteceu comigo e pela decisão de minha permanência no elenco. Agradeço ao Rodrigo [Caetano, diretor da CBF]Dorival e toda a comissão pelo apoio”, disse Paquetá. O jogador também agradeceu aos “torcedores que me apoiaram e continuam me apoiando ao longo desta situação”.
Paquetá tem sido um dos destaques da equipe sob o comando do técnico Dorival Junior, com atuações marcantes contra Inglaterra e Espanha. Os próximos compromissos da seleção brasileira serão os amistosos contra o México (8 de junho) e os EUA (12 de junho), que servirão de preparação para a Copa América, que começa no dia 20 de junho.
Questionada pela CBF sobre um prazo para uma decisão final sobre o caso, possivelmente incluindo o período da Copa América, a federação inglesa disse não ser possível fornecer uma estimativa.
Paquetá tem até a próxima segunda-feira (3) para se manifestar formalmente sobre as acusações. “Prevemos que, devido ao detalhe deste caso, possa haver um pedido de prorrogação do prazo para resposta às alegações”, afirmou a FA.
Situações semelhantes envolvendo outros jogadores que atuaram em clubes ingleses nos últimos anos mostram que o período até o julgamento pode demorar muito. E as punições podem ser pesadas.
Em outubro de 2022, o zagueiro inglês Kynan Isaac foi suspenso por dez anos por forçar cartão amarelo ao defender o Statford Town, em partida contra o Shrewsbury Town em novembro de 2021, pela primeira rodada da Copa da Inglaterra.
*Informações da Folhapress
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