Nos Jogos Paris 2024, o Brasil busca superar a marca coletiva de maior número de medalhas em uma mesma edição. Paralelamente, dois atletas disputam o privilégio de ocupar o posto de atleta olímpico de maior sucesso do país. O canoísta Isaquias Queiroz e a ginasta Rebeca Andrade são hoje os favoritos para ultrapassar Robert Scheidt e Torben Grael como os maiores medalhistas.
Os atletas da vela, ambos aposentados das competições, têm cinco medalhas cada. Rebeca Andrade venceu duas, mas tem chances reais de subir ao pódio mais quatro vezes nas próximas Olimpíadas. Isaquias Queiroz tem quatro no currículo e está focado em conseguir outros, mas sabe que tem um “rival” muito qualificado nesta disputa.
“Tem uma pessoa aí que pode me superar, e essa pessoa é a Rebeca. Ela terá cinco provas nas Olimpíadas e poderá ganhar mais medalhas que eu. Vou me concentrar na execução do meu trabalho. E a consequência do resultado é o que treinei. Jesus [Morlán, ex-técnico] Sempre disse, e levo isso comigo, que canoagem não é basquete. Você pode estar perdendo dois pontos aí. Faltando um décimo para o fim, ele arremessa uma cesta de três pontos e vence o jogo. Na canoagem, o que você faz no treino você fará na competição. Não existe milagre”, reflete Isaquias.
Esta será a primeira vez que Isaquias chega às Olimpíadas sem ter completado o ciclo completo de treinamentos e competições anteriores com Jesus Morlán, treinador que marcou a carreira do atleta e faleceu em novembro de 2018. O canoísta lembra com carinho do treinador, mas ele está confiante no trabalho que está sendo realizado pelo atual, Lauro de Souza Júnior, ex-assistente de Jesus.
“Jesus Morlan está lá conosco. O planejamento do trabalho é feito com base no que ele inventou. Muitas pessoas questionaram por que seu método de treinamento funcionou. E os números apareceram. Veja a quantidade de medalhas. E Lauro, sem dúvida, aprendeu muito com Jesus. Hoje, ele também pode fazer do seu jeito. Ele ganhou experiência ao longo dos anos. E não há dúvidas sobre o trabalho de Lauro. Em pouco tempo conseguiu me tornar campeão olímpico, mesmo sem a presença de Jesus Morlan em 2021”, disse.
O canoísta também rebateu as críticas ao seu desempenho no ano passado e garantiu que chega bem preparado para Paris.
“O ano de 2023 não foi o ano que todos esperavam, mas foi o que eu esperava. De descanso, de descanso. Ele teve nove anos de títulos mundiais. Houve um momento em que precisei me acalmar. Isso foi bom para meu corpo e minha mente. E muita gente achou que Isaquias estava acabado. Pude mostrar agora, na Copa do Mundo, que foi só um descanso. Merecido, pelo que fiz pelo Brasil e pelo esporte. E voltei com tudo e espero chegar bem em Paris agora”, projeta Isaquias.
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