O Brasil estreou em grande estilo no primeiro dia de atletismo nas Paraolimpíadas de Paris com uma dobradinha no pódio do Stade de France. O paulista Júlio César Agripino, natural de Diadema, conquistou a medalha de ouro, com direito a recorde mundial e paralímpico, ao completar a prova de 5 mil metros da classe T11 (deficiência visual) em 14min48s85, com três segundos de vantagem sobre o japonês Kenya Karasawa (14min51s48), que ficou com a prata. Yeltsin Jacques, do Mato Grosso do Sul, ficou com o bronze na terceira colocação (14min52s61).
Júlio Agripino quebra recorde mundial, conquista ouro e Brasil dobra no atletismo nos Jogos de Paris!
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— Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) 30 de agosto de 2024
“Estou muito feliz, é muita emoção ser campeão paralímpico e bater o recorde mundial. Mostra a força da periferia, só comecei a treinar quando tinha apenas um campo pequeno. Mas com muita força e determinação consegui vencer, sempre há altos e baixos na vida, mas agora sou campeão paralímpico. Dedico essa medalha também ao meu avô”, disse Agripino, 33 anos, emocionado após conquistar o primeiro ouro da carreira nos Jogos Paralímpicos, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Em maio, Júlio César, de 33 anos, já havia se destacado com a prata na mesma prova dos 5.000m do Mundial de Kobe (Japão), vencida pelo seu compatriota Yeltsin. Aos sete anos, o paulistano de Diadema foi diagnosticado com ceratocone, doença degenerativa da córnea.
“Sempre tive dificuldade de controlar a parte mental, de concentração. Cheguei bem condicionado, mas não consegui me concentrar. Conversei ontem com minha psicóloga, falei que estava um pouco nervoso, mas hoje acordei e pensei, vou vencer. Ela disse que eu reagiria bem e foi o que aconteceu”, comemorou Júlio César.
A chegada do ouro!
Grande prova do nosso atleta Julio Cesar Agripino para garantir a medalha e o recorde mundial nos 5000m T11. #BrasilParalímpico #JogosParalímpicos #Paris2024 pic.twitter.com/2w1ZELzEPo
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Recuperado de lesão, Yeltsin Jacques, campeão dos 5.000m nos Jogos de Tóquio, também comemorou a medalha de bronze.
“Muito feliz pelo Júlio. Tive uma lesão, peguei uma virose, o que acabou atrapalhando um pouco a minha preparação. Mas como disse minha esposa, ou você chupa o limão azedo ou faz a limonada. Tenho a sensação de missão cumprida”, disse Yeltsin, 32 anos, que nasceu com visão subnormal.
Recordista mundial dos 1.500m da classe T11, com o tempo de 3min57s60 – que lhe valeu o ouro nos Jogos de Tóquio – Yeltsin volta às pistas na próxima segunda-feira (2 de setembro). Ele disputará a prova classificatória dos 1.500m, assim como Júlio César Agripino, campeão mundial na prova de Kobe (Japão).
O atletismo é o esporte que mais medalhas conquistou para o Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. O total de pódios, com ouro e bronze conquistados nesta sexta-feira (30), subiu para 172 (49 ouro, 70 prata e 53 bronze).
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