Isaquias Queiroz diz, à Folha, ter “tirado gás de onde não tinha” para conquistar medalha de prata

Com a medalha de prata conquistada na canoagem individual C1 1000m, Isaquias Queiroz tornou-se o segundo maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco medalhas conquistadas, igualando Roberto Scheidt e Torben Graelda vela.

É PRATA PARA O BRASIL!!!

Isaquias Queiroz conquista prata na prova C1 1000m de canoagem de velocidade e alcança a quinta medalha olímpica, juntando-se ao hall dos maiores vencedores da nossa modalidade!

Mais um feito histórico deste gigante que NUNCA saiu de… pic.twitter.com/oLqdNGw9Fo

— Time Brasil (@timebrasil) 9 de agosto de 2024

Porém, engana-se quem pensa que foi uma conquista fácil. Isaquias ficou em quinto lugar na prova e só conseguiu subir ao pódio graças a um sprint nos últimos 250 metros.

“Essa medalha de prata tem gosto de ouro para mim. Fiquei muito atrás na corrida, tentei sair rápido, mas Martin Fuksa foi ainda mais rápido. E a subida cara, acho que peguei gasolina de onde não tinha”, disse ele em entrevista ao Folha Pernambucana.

“Eu estava muito atrás, estava mais ou menos em quinto lugar. Vi que Zakhar Petrov estava na frente, olhei para o lado e vi que Brendel e Tarnovschi também estavam lá. como posso trazer mais alguém aqui’. E aí eu falei: ‘Vou subir, vou arriscar tudo!’ “, confessou.

Embora a estratégia tenha dado resultados, Isaquias afirmou que não estava tão bem quanto no Brasil.

“Não me senti muito bem aqui nas Olimpíadas. Estive muito bem no Brasil, mas o ritmo caiu um pouco e, mesmo assim, os tempos aqui foram muito rápidos. Mas me sentindo 100%, acho que não foi exatamente o que eu queria, mas poder sair daqui com uma medalha de prata já é gratificante”, disse.

Isaquias disse ainda que seu último ano não foi fácil e que precisou de apoio psicológico para conseguir se dar bem neste ano.

“Fiquei muito sobrecarregado. Tanto mental quanto psicologicamente. Muito estresse mental, não conseguia pensar direito, estava muito mal. Teve momentos em casa que eu explodi por causa de alguma coisa, com o Sebástian (filho). E aí comecei conversando com a Dra. Ana, com o Dr. Hélio, do Comitê Olímpico, e aí tive que tomar remédio para me ajudar nessa questão, e me ajudou muito”, admitiu.

Isaquias também revelou que se emocionou ao subir ao pódio e ver a torcida brasileira.

“Vi as arquibancadas cheias de brasileiros. Não fazia ideia. Quando vi aquilo ali, pensei ‘eles vieram me ver’. Então, para mim, foi uma emoção muito grande porque vi o carinho que os brasileiros têm por mim “, confessou.