A pandemia da Covid-19, além de toda a tragédia humana, também frustrou planos e sonhos. Uma delas foi que a professora quilombola Tereza Cristina Tavares queria vivenciar os Jogos Olímpicos fora do país, pois em 2016 já havia sido voluntária e atuado na edição carioca.
Na verdade, deixa eu te contar, o evento esportivo fica por conta dela, especialista em Educação Física. Tereza já atuou, como voluntária, nas edições da Copa das Confederações e da Copa do Mundo no Brasil, em 2013 e 2014 respectivamente.
“Nunca fui um grande atleta, mas pensei que poderia trazer algo diferente para minha comunidade. É mais animado, tem dança. Muita gente pensa que Educação Física é só bola. Posso dar aula sem bola”, explica a professora, deixando claro, com muito orgulho, que se formou aos 45 anos.
Devido à emergência sanitária que assolava o planeta, a comissão organizadora dos Jogos Olímpicos de 2020 (que se realizou em 2021), em Tóquio, dispensou todos os voluntários estrangeiros que tinham sido selecionados. E lá se foi o sonho de Tereza. Mas ela mal sabia que na verdade tinha sido um capricho.
Três anos depois, aqui em Paris, o sonho está sendo realizado da melhor forma: comemorando 60 anos, curtindo as tão esperadas Olimpíadas no exterior e na companhia das duas filhas, Cristal e Pérola, que moram na Oceania.
“O simbolismo desta viagem faz todo o sentido para nós. É a nossa primeira vez na Europa e a sua primeira viagem internacional. Além disso, eu não a via há 2 anos. Os significados são vários, não só vir para as Olimpíadas”, explica a filha mais nova, Pérola, de 27 anos, que trabalha em hotéis na Austrália.
Mesmo de férias do ano letivo, Tereza continua no espírito pedagógico. A viagem respira troca de informações e aprendizado.
“É a primeira vez da minha mãe fora do país, então mostramos muito da cultura para ela e, em troca, ela nos mostra os jogos. Pode até ser cansativo, tanto fisicamente por andar pela cidade, quanto mentalmente pelo volume de informações”, confessa Cristal, 31 anos, que trabalha com contabilidade e marketing na Nova Zelândia.
Mesmo em solo francês e imersa no clima dos Jogos Olímpicos, a professora quilombola trouxe, nas roupas, a cultura de onde veio. Tocando o Reisado dos Irmãos, dos Mestres Antônio e Raimundo Evangelista, Tereza vestiu uma quadra com características ocidentais, decorada com lantejoulas, fitas, tecidos laminados e roupas com as cores da bandeira brasileira.
E o que o reisado tem a ver com os Jogos Olímpicos? Todos! O reisado é vivenciar ancestralidades, misturas étnicas e multiculturalidades, tudo o que a professora quilombola já planejava compartilhar com os alunos quando voltassem às aulas.
“Eu aceito a diversidade. Pessoas, linguagem, gênero, pessoas, roupas, comportamento. Eles são muito educados. A importância desse bando de gente, dessa Torre de Babel que é essa. Ainda mais nas Olimpíadas, que trazem ainda mais gente dos mais diversos lugares”, completa Tereza.
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