Direto de Paris, França – É inegável que os jovens Rayssa Leal, de apenas 16 anos, já está na história do esporte olímpico brasileiro e mundial. Afinal, nunca antes na história um atleta tão jovem conquistou medalhas em duas edições diferentes das Olimpíadas. Mas a quantidade de fãs brasileiros que fizeram questão de apoiar “Fadinha” mostra que a skatista maranhense conseguiu muito mais.
A arena La Concorde 3 foi ocupada por brasileiras para as duas sessões de skate de rua feminino, a primeira vez do esporte em Jogos Olímpicos com público, já que a estreia do esporte nas Olimpíadas aconteceu em Tóquio, quando a Covid-19 ainda estava sendo transmitida. disputado. Lá, com a medalha de prata conquistada, Rayssa, então com apenas 13 anos, caiu nas graças do público.
Mal sabia ela que, três anos depois, veria o resultado com os próprios olhos: milhares de brasileiros gritando seu nome e buscando pelo menos um aceno da jovem de 16 anos. “Nos sentimos em casa. Só havia brasileiros no meio da multidão”, relatou o servidor Silas Falcão, que trouxe a esposa e a sogra, Gabriela e Ieda Haddad, respectivamente, e o amigo engenheiro Rodrigo Oliveira, todos de Belo Horizonte, em Minas Gerais, para aproveite os Jogos Olímpicos. “Já sabíamos que ela era muito jovem. Mas, quando vemos de perto… ela é uma criança. O que só mostra o tamanho da conquista dela”, pontua Gabriela.
Verde e amarelo tomaram conta das arquibancadas da arena. A quantidade de bandeiras brasileiras também impressionou. E, claro, a mais brasileira das características: a animação. A cada movimento de Rayssa, um arrepio. Quando ela caiu, houve aplausos e gritos com o nome da patinadora, para levantar o moral. Quando ela acertava, havia uma comemoração intensa, que abalava as estruturas da arena montada ao lado do Obelisco de Luxor. Ficou até claro o quanto os torcedores brasileiros se conteram para não comemorar as quedas dos adversários.
O La Concorde 3 era, literalmente, pequeno demais para Rayssa. Além dos milhares acomodados nas arquibancadas, centenas de outros brasileiros, que compraram ingressos para outros eventos que aconteceriam em outras arenas do complexo, aproveitaram um espaço não estruturado para ver o que podiam e, de vez em quando, entrou em alvoroço com um aceno da fada.
A queda da japonesa Chenxi Cui, que confirmou a medalha de bronze, aconteceu quase ao mesmo tempo que a confirmação do bronze de Larissa Pimenta, no judô feminino, o que fez as brasileiras, que dividiram a atenção com a transmissão pelo celular, comemorarem duplamente, como se Rayssa fosse, de fato, a campeã.
Agora, em Paris, Rayssa colhe os frutos do que fez em Tóquio. Para a campeã mundial de skate street, Letícia Bufoni, responsável por abrir simbolicamente a final, a tendência é que ela colha frutos ainda maiores em Los Angeles, daqui a quatro anos.
“Ela realmente queria o ouro. Infelizmente ela não veio, teve um probleminha no caminho. Mas da próxima vez o ouro chega e com ainda mais gosto. Tudo o que ela fez e o que ainda vai fazer é impressionante. Imagine, em 2028, ela terá apenas 20 anos”, comemorou Bufoni, em entrevista exclusiva ao Folha Pernambucana.
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