Neste sábado (27), acontece a partida de um dos torneios mais concorridos entre as diversas atrações do cardápio esportivo dos Jogos Olímpicos de Paris. A programação do basquete masculino tem hoje quatro jogos, começando pelo duelo entre Austrália e Espanha, às 6h (horário de Brasília). A programação reserva ainda a estreia do Brasil, às 12h15, contra a seleção da casa, a França. A primeira fase, composta por 12 equipes divididas em três grupos com quatro equipes cada, será toda disputada na cidade de Lille. As partidas eliminatórias (jogos eliminatórios) acontecerão em Paris. Em 2024, o torneio chega com diversas atrações, principalmente para os torcedores brasileiros.
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— Basquete Brasil – CBB (@basquetebrasil) 24 de julho de 2024
Um bom barômetro do naipe dos atletas que estarão no torneio é que três foram porta-bandeiras de seus países na cerimônia de abertura dos Jogos: LeBron James (Estados Unidos), Giannis Antetokounmpo (Grécia) e Dennis Schröder (Alemanha). Outra forma de ver os talentos disponíveis é que 12 dos últimos 15 prêmios MVP (sigla para Most Valuable Player) da NBA, a liga norte-americana de basquete, a mais forte do mundo, foram conquistados por jogadores que estarão presentes no Lille: LeBron ganhou três deles; Antetokounmpo dois outros. Nikola Jokic, da Sérvia, com mais três e os norte-americanos Stephen Curry (dois), Kevin Durant e Joel Embiid (ambos com um) são os outros vencedores desta secção.
Os dois últimos campeões mundiais, Alemanha e Espanha, estão presentes. Canadá, medalhista de bronze na última Copa do Mundo e cheio de atletas da NBA em seu elenco também. Assim como a Austrália, bronze em Tóquio.
Mas não há como negar que todos os olhares estarão voltados para a seleção dos Estados Unidos, que mais uma vez traz o seu melhor para a quadra. São quatro medalhas de ouro nas últimas quatro Olimpíadas, mas as duas últimas campanhas encontraram reveses, com falta de elencos. Desta vez, a federação do país trabalhou para convencer os atletas mais renomados a defenderem a seleção norte-americana. LeBron James, agora com 39 anos, retorna às Olimpíadas após 12 anos. Stephen Curry, aos 36 anos, disputará a competição pela primeira vez na carreira. O veterano Kevin Durant chega para tentar a quarta medalha de ouro consecutiva na carreira. O restante do elenco é formado por jogadores consagrados como estrelas mais jovens na NBA, como Anthony Edwards, Jayson Tatum e Devin Booker.
Junto com tantos pesos pesados, aparece o Brasil. Depois de perder Tóquio e disputar os Jogos do Rio como país-sede, a equipe voltou a conquistar uma vaga olímpica em quadra após doze anos. O sabor da vitória na final do Pré-Olímpico contra a anfitriã Letônia, há pouco menos de três semanas, continua na boca dos jogadores brasileiros, que chegam à França sem pressão por resultados. O armador Vitor Benite, um dos três atletas (ao lado de Marcelinho Huertas e Raulzinho) que têm participação olímpica no currículo, oferece uma perspectiva diferente sobre a simples presença do Brasil entre as 12 seleções.
“O torcedor brasileiro está muito acostumado a vencer, mas pouco acostumado a curtir o esporte. No basquete, estar nas Olimpíadas por si só é algo muito grande para o país. Basta olhar para a Europa: Itália, Croácia e Eslovênia por Luka Doncic [astro do Dallas Mavericks, da NBA] ficaram de fora. Claro que temos muita ambição de ir bem, uma medalha seria um sonho mas chegar lá mostra que o que está a ser feito está a resultar. Quem apoia e quer ajudar o crescimento do basquete no Brasil tem que aproveitar isso, independente do que aconteça daqui para frente”, afirma o atleta de 34 anos.
Seleção Brasileira chega com energia renovada
Se apenas três atletas brasileiros tiverem experiência olímpica, nove estrearão. E eles enfrentaram um grande desafio na primeira vez. O Brasil está no grupo B. A França, time da casa que conta com o jovem astro Victor Wembanyama em seu elenco, é a adversária na estreia. Depois a Alemanha. Finalmente, o Japão. Os dois melhores colocados de cada grupo avançam para as quartas de final, assim como os dois melhores terceiros colocados no geral.
“Como será o primeiro para muitos aqui, todos estão entusiasmados. Mesmo tendo o atual campeão mundial e o time da casa no nosso grupo, toda essa atenção com o Wembanyama. Mas jogar nessas competições super importantes é realizar sonhos para mim e isso me faz crescer como jogador”, revela o armador Georginho.
Nos Jogos Pré-Olímpicos da Letônia, o técnico do Brasil, o croata Aleksandar Petrovic, que comandou a seleção de 2017 a 2021 e voltou em abril deste ano, encontrou algumas respostas sobre como montar o time. Ele está otimista.
“Esse time tem uma defesa acirrada. Foi o que nos salvou no Pré-Olímpico. Agora estamos encontrando um ritmo mais fluido no ataque. Acho que vamos jogar um ótimo basquete nas Olimpíadas. Temos pelo menos duas ou três opções de jogo. como jogar contra a França Chegamos preparados e temos chances de ir às quartas de final”, acredita o técnico.
Uma das respostas encontradas em Riga foi Bruno Caboclo. O atleta de 28 anos, que tem 2,06m de altura e 2,31m de envergadura, se viu como pivô em uma escalação mais curta e flexível. Ele foi eleito o melhor jogador do torneio.
“Acho que posso dizer que estou no meu melhor. Uma versão diferente. Mais protagonista. Isso aconteceu porque antes eles exploravam mais meu lado defensivo, mas também começaram a ver meu potencial ofensivo e a usá-lo mais. Estou venho de três anos muito bons e pretendo continuar nesse ritmo”, explica Caboclo.
No caminho para a posição, também chamou a atenção a forma como Petrovic rodou o elenco. Jogadores que começaram com poucos minutos ou saíram do banco tiveram mais chances nos últimos jogos e vice-versa. O sentimento no grupo é que todos podem ser úteis.
“Na seleção não é só um jogador que sempre vai dar show. Se um for mal, outro vai compensar. Essa é a nossa identidade, todo mundo está aqui para todo mundo. mas na final não comecei. Mas acabou sendo um dos jogos em que tive mais minutos. Independente de quem inicia ou finaliza a partida, o importante é que o Brasil esteja sempre na frente na liderança. placar”, aponta o ala Gui Santos.
* Igor Santos é comentarista de basquete do programa Estádio, da TV Brasil
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