Neste domingo (14), a Argentina coroou um ciclo histórico, ao vencer a Copa América 2024, com vitória por 1 a 0 sobre a Colômbia, nos acréscimos da decisão disputada em Miami, nos Estados Unidos. Lautaro Martínez foi quem definiu o placar, na etapa final da prorrogação.
A Albiceleste se tornou a segunda seleção do mundo, depois da Espanha, a conquistar três grandes copas consecutivas, depois do título da Copa América em 2021 e do título mundial no Catar em 2022.
Desde o fracasso na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, a Argentina é um time sem rumo e que vive anos de frustração: de 1993, quando conquistou a Copa América, no Equador, até 2021, com o título continental conquistado no Brasil, que começou a sequência histórica, sob a batuta do maestro Lionel Messi.
Desta vez, porém, o argentino viu o resultado da decisão no banco de reservas após ser substituído no segundo tempo por lesão.
Mesmo sem o capitão, a Argentina conquistou a vitória e superou o que foi uma Copa América caótica nos EUA, marcada por grande confusão antes da partida, quando torcedores sem ingressos tentaram invadir o estádio, atrasando em 1h20 o início do jogo.
Quando a bola finalmente rolou, os dois times mostraram que, pelo menos, o atraso não afetou a condição dos atletas. Principalmente dos colombianos, que pressionaram os argentinos nos minutos iniciais e deram trabalho ao goleiro Dibu Martínez.
Aos poucos, os atuais campeões equilibraram o confronto e também contornaram a área colombiana, mas com mais dificuldades para conseguir boas finalizações. A melhor chance foi um chute perdido de Messi.
O empate parcial sem gols terminou devido à produção dos dois times. Antes do segundo tempo, houve um show apenas da cantora colombiana Shakira no intervalo, tipo de evento raro no futebol no meio de um jogo, mas bastante comum em eventos esportivos nos EUA, como o Super Bowl.
Após a apresentação, foi a Argentina quem pressionou inicialmente o adversário, principalmente nas jogadas com Di Maria pela esquerda. Em seu último jogo com a camisa da Seleção, o meio-campista foi um dos mais cobiçados pelos companheiros e teve uma das principais chances na etapa final, defendida por Cuesta.
ATÉ A PRÓXIMA
O camisa 11 encerrou a carreira com 145 partidas pela Argentina entre amistosos e torneios oficiais, com histórico de títulos: Olimpíadas, em 2008, Copa América, em 2021, Finalíssima, em 2022 e Copa do Mundo do Catar.
Seu papel de liderança na final contra a Colômbia ganhou ainda mais importância aos 20 minutos da etapa final, quando Lionel Messi deixou o campo com uma lesão muscular. Nicolás González foi quem teve a tarefa de ocupar o lugar de capitão. Sentado no banco, Messi foi às lágrimas, pois possivelmente era sua última final pela seleção, já que ainda não decidiu se disputará a Copa do Mundo de 2026.
Foi do banco de reservas que o craque viu a Colômbia reclamar de um possível pênalti em Córdoba, não confirmado pelo VAR, e depois de um gol da Argentina, marcado por González, mas anulado por impedimento.
Sem gols válidos no tempo regulamentar, a partida se arrastou até a prorrogação, quando Lautaro Martinez decidiu a decisão no segundo tempo do prolongado confronto nos EUA.
Antes da decisão, porém, o clima no estádio era marcado por grande confusão e tensão envolvendo milhares de torcedores sem ingressos que tentavam invadir o estádio.
Sediando a Copa do Mundo de 2026 ao lado de Canadá e México, os EUA encararam a Copa América como uma oportunidade para testar todos os protocolos necessários à competição. O torneio com equipes das Américas do Sul, Central e do Norte, porém, foi marcado por uma série de incidentes de segurança.
ATRASO
Prevista para começar às 21h (horário de Brasília), a decisão começou com 1h20 de atraso após grande confusão nas entradas do estádio. Poucas horas antes do início, um grande número de torcedores colombianos tentou entrar no local sem ingressos, arrombando um dos portões.
Houve um grupo que, após passar pelas entradas, utilizou dutos de ar condicionado na tentativa de acessar o interior do estádio.
Os organizadores da Copa América decidiram fechar o acesso, enquanto a polícia tentava conter a confusão. Houve muita correria e tumulto, e os agentes de segurança tiveram que tomar medidas, incluindo prisões.
A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), responsável pela organização do torneio, anunciou inicialmente um atraso de 15 minutos, que depois passou para 1h20.
Um torcedor argentino descreveu a situação à agência AFP. “Eles nos tratam como animais. Não existe organização nem nada parecido. Eles não estavam preparados para receber 60 mil pessoas”, criticou. “Estou tremendo, me sinto como um gado, como um pedaço de animal”, acrescentou Cecilia Cabarelli.
Equipes de primeiros socorros atenderam torcedores que caíram na confusão ou que passaram mal devido às altas temperaturas, que giravam em torno de 34º em Miami.
Quando o confronto finalmente começou, foi possível perceber que houve um aumento na presença de agentes de segurança em pontos estratégicos do estádio para evitar invasões de campo.
Os incidentes da final ocorreram quatro dias depois dos violentos acontecimentos vividos por familiares dos jogadores uruguaios nas semifinais contra a Colômbia, em Charlotte, Carolina do Norte, onde uma briga em uma seção da arquibancada principal do Bank of America Stadium envolveu torcedores, familiares dos jogadores uruguaios e alguns jogadores da seleção colombiana.
(INFORMAÇÕES DA FOLHAPRESS)
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