A atriz Giselle Itié revelou que foi vítima de abuso sexual quando tinha 17 anos. Nesta quinta-feira (26), no podcast “Exaustas”, a atriz se abriu sobre os diversos traumas que viveu. Ela disse que desenvolveu um distúrbio alimentar, tentou se mutilar e até tirar a própria vida.
Inicialmente, Giselle leu um texto sobre sua infância e as mudanças ao chegar à adolescência. “Sempre fui uma criança que não se enquadrava nos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade. Ela era desajeitada, usava aparelho e não era vista como uma criança bonita. Nem mesmo. Mas quando comecei a entrar na adolescência meu corpo se transformou, muito. Minha vida se transformou”disse a artista, com a voz embargada.
A estrela de “Bela, a Feia” destacou que a história é de quando ela tinha 12 anos. “A maneira como os meninos e os homens olhavam para mim e me tratavam era nojento. Foi nesse momento que comecei a entender que meu corpo não era mais meu. Era um espaço público invadido por olhares obscenos, gemidos, toques, mãos e assim por diante. Sinceramente, não posso falar detalhadamente sobre cada situação, porque vem a sensação do meu corpo estar nojento.”ele desabafou.
“Senti medo, muito medo. Desde pequena comecei a ter pesadelos recorrentes, que duraram até os 18 anos. Eu no meio da floresta à noite e sempre fugindo de um homem, dois, três. Homens que conheci, família. Muitas vezes eu não dormia porque tinha medo de ser pego no sonho.”Itié narrou, em meio às lágrimas.
A atriz então nos contou quando tudo teria ficado mais complicado. “Até que, para ajudar, meu primeiro namorado se suicidou. Foi quando comecei a questionar meu lugar na vida. Quanto mais eu me tornava mulher, mais objetificada eu ficava, o vácuo crescia e eu comecei a me machucar muito. Me cortando [e por aí vai]. Até que tentei tirar minha vida.ela admitiu.
Giselle explicou que o pensamento ocorreu depois que ela perdeu a virgindade, aos 17 anos, em um estupro. “As diversas situações que enfrentei só confirmaram o quão nojento meu corpo era, a culpa era do meu corpo. Aos 17 anos perdi a virgindade num estupro. Foi nesse momento que me perdi de vez e percebi o quão vazio eu era.”relatou o artista.
“Eu apenas me puni como se fosse culpado. E foi no silêncio que meu corpo gritou e pediu socorro. Comecei a ter depressão profunda, bulimia, anorexia nervosa, me cortei e tudo que eu queria era desaparecer de vez.”concluiu Itié, aos prantos.
Estamos exaustos
Muito emocionada, Carolinie Figueiredo lamentou os sucessivos acontecimentos. “Gi, como tudo isso é forte. Sinto muito que você tenha passado por tudo isso. E quando você fala isso demoramos um pouco para nomear, entender e perceber onde, quando nosso corpo começou a ser violado. Então, ainda precisamos explicar à sociedade onde e como fomos feridos. E agora há um nome para esta violência que sofremos”analisou a atriz.
Samara Felippo, por sua vez, abraçou Giselle e abordou o índice de estupros. “E a culpa que sentimos por isso. Estou tão exausto de ver a quantidade de notícias de crianças, meninas, contando a mesma história que a sua. E não apenas do próprio namorado, mas do tio, do avô, do pai.”ele refletiu. “A cultura do estupro nos mutila desde a infância, desde as meninas (…) A violência sempre acontece em casa, na maioria das vezes.”acrescentou Giselle.
“Falar cura”
Em seguida, Felippo perguntou quando Itié pôde falar pela primeira vez sobre os abusos que sofreu. “É a primeira vez [que eu falo]interesse. Foi a primeira vez que eu disse: ‘eu preciso disso’. Porque isso veio do corte, acho que minha mãe nem [sabe]. É importante conversarmos, porque falar cura”reconheceu a atriz.
“E eu sei que as mulheres e meninas que nos ouvem também vão se curar. Eles sentirão a necessidade de falar, conectar-se e nomear”ela desejou. Assista na íntegra:
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