A lista pública da Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) conta com 6.785 procurados internacionais. Destes, 88 são brasileiros foragidos.
Com isso, os integrantes da lista são procurados em países que fazem parte da rede policial internacional e podem ser presos em qualquer um desses locais.
Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra ex-diretores da Americanas, acusados de fraude contábil no valor de R$ 25,3 bilhões.
Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, e Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da varejista, foram alvo de mandados de prisão, mas estão no exterior e terão seus nomes incluídos na Interpol.
Segundo o colunista Lauro Jardim, o ex-CEO mora há um ano em Madri e tem cidadania espanhola. Anna Christina Ramos Saicali foi a Portugal no dia 15, segundo a colunista Malu Gaspar. Segundo fontes da coluna, o executivo não tem cidadania portuguesa e está no país europeu com visto de trabalho.
Na lista da Interpol, ao procurar brasileiros foragidos por crimes cometidos no Brasil, o número cai de 88 para 57. No site, cada pessoa procurada tem um perfil, com nome completo, data e local de nascimento, e o crime cometido. Em alguns casos, há também informação física e línguas faladas.
Entre nomes conhecidos está o ex-executivo, responsável pela aliança firmada entre a montadora Nissan, a francesa Renault e a japonesa Mitsubishi Motors, Carlos Ghosn, de 70 anos. Brasileiro, ele também tem cidadania francesa e libanesa, e é acusado de crimes fiscais fraude no Japão.
No final de 2019, o magnata deixou inesperadamente o país asiático, onde enfrentava julgamento por irregularidades financeiras, para o Líbano, sua terra natal. Na época, ele afirmou que não seria mais “refém da manipuladora justiça japonesa”.
Sua fuga espetacular teve roteiro de filme e envolveu, além da ajuda de ex-militares de elite, um passeio de trem-bala, disfarçado com chapéu e máscara cirúrgica, num momento em que a pandemia ainda estava em seus estágios iniciais.
Heloísa Gonçalves Duque Soares Ribeiro, 74 anos, conhecida como “Viúva Negra”, também está na lista, condenada por quatro homicídios e duas tentativas de homicídio contra ex-companheiros. Os crimes começaram em 1971, quando o médico alemão com quem ela era casada se envolveu em um misterioso acidente de carro. Seis meses depois, ela deu à luz a filha, que herdou o dinheiro do médico. Ela também é procurada pelo FBI (Departamento Federal de Investigação) nos Estados Unidos.
Silvana Seidler, de 57 anos, também é uma das procuradas, condenada por sufocar a própria filha Carolina Seidler, na época com 7 anos, em Tubarão, Santa Catarina. Nascida em Capão da Canoa (RS), ela está foragia desde 2014, quando cometeu o crime. O corpo da filha foi encontrado coberto de roupas e com brinquedos ao seu redor, na casa onde moravam.
Além de Heloísa e Silvana, há outras quatro brasileiras procuradas pela Interpol. Débora de Souza da Paixão, de 38 anos, por tráfico de drogas; Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos, 51, por fazer parte de organização criminosa; Márcia Liziane Costa Vieira, 38 anos, por roubo, e Rosirene Vieira, 48 anos, por tráfico internacional de drogas.
O brasileiro mais jovem a entrar na lista é Davi Cristian Aparecido da Silva, de 23 anos, paranaense. Ele é procurado pelos crimes de organização criminosa, homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. O mais velho é o brasileiro José Ribamar da Silva, de 78 anos, condenado por abuso sexual de menores.

Procurada por O Globo, a Polícia Federal informou que as transmissões vermelhas podem ser públicas ou restritas —quando são consultadas apenas pelos sistemas internos da Interpol. “Não falamos publicamente sobre a existência ou não de uma Difusão Vermelha restrita.”
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