Após 25 anos de existência, o sistema de metas de inflação, em vigor desde 1999, sofreu alterações. Ó Diário Oficial da União publicou, em edição extraordinária, um decreto que estabelece, a partir de 2025, a meta contínua, sem vinculação ao ano-calendário (janeiro a dezembro de cada ano).
Segundo o texto, o Banco Central (BC) não conseguirá cumprir a meta se a inflação permanecer fora da margem superior da meta por seis meses consecutivos. Anteriormente, o cumprimento ou descumprimento da meta de um ano só era avaliado no início de janeiro do ano seguinte, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a inflação de janeiro a dezembro.
No regime de metas contínuas, o governo estabelecerá uma meta que, na prática, se tornará permanente. Qualquer alteração na meta terá que ser feita com três anos de antecedência. Feita de comum acordo entre os ministérios da Fazenda, do Planejamento e do Banco Central, a mudança havia sido anunciada no ano passado, mas o decreto que detalha o novo modelo só ficou pronto um ano depois.
Atualmente, a meta oficial de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 3% ao ano para 2024, 2025 e 2026, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No sistema antigo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciaria, na reunião de junho, a meta para 2027. Agora, os anúncios só ocorrerão se houver alteração na meta ou no intervalo de tolerância para daqui a 36 meses .
Os detalhes finais do novo sistema de metas foram decididos nesta terça-feira (25), em reunião no Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo; o Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; e a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, que substitui o ministro Rui Costa, que está de férias.
Relatório de Política Monetária
Se a inflação permanecer acima da faixa máxima ou abaixo da faixa mínima por seis meses consecutivos, os procedimentos de comunicação do não cumprimento da meta não mudam. O BC continuará enviando carta aberta ao Ministro da Fazenda justificando os motivos do descumprimento.
Publicado trimestralmente e com divulgação prevista para quinta-feira (27), o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) mudará de nome a partir de 2025 e passará a se chamar Relatório de Política Monetária. O documento deverá detalhar o desempenho do novo sistema de metas, acompanhar os resultados das reuniões do Comitê de Política Monetária e traçar perspectivas para a inflação.
De acordo com o decreto, o novo relatório deverá ser divulgado a partir de 1º de janeiro de 2025 até o último dia de cada trimestre. Em caso de descumprimento da meta, tanto a carta quanto a nota anexa ao relatório deverão trazer as justificativas da carta, as medidas para fazer a inflação convergir para os limites e o prazo para que as ações entrem em vigor.
Caso a inflação não retorne à faixa de tolerância da meta ou a autoridade monetária queira atualizar as medidas e o prazo previsto, o BC deverá publicar nova nota e carta
Caso a inflação não retorne à faixa de tolerância da meta no prazo estipulado na nota e na carta ou o Banco Central considere necessária a atualização das medidas ou o prazo esperado para que a inflação retorne à meta estabelecida, a autoridade monetária deverá publicar um novo nota e carta.
Segundo o decreto, caberá ao Conselho Monetário Nacional, por iniciativa do Ministro da Fazenda, a escolha do índice de preços oficial. Atualmente, o indicador utilizado é o IPCA, definido como inflação oficial desde a criação do regime de metas em 1999.
Consequências
Num sistema com maior apoio internacional do que o sistema de ano civil, as metas de inflação contínuas terão poucas consequências práticas. Isso porque o Banco Central define os juros atuais levando em consideração o cenário de inflação em até 18 meses, prática chamada de “horizonte estendido” pela autoridade monetária.
Para o Banco Central, o novo sistema facilita o cumprimento da meta de inflação em caso de aumentos imprevistos de preços perto do final do ano, como normalmente ocorre com os combustíveis. Com a meta contínua, o impacto desse aumento será diluído nos meses seguintes, facilitando o cumprimento dos limites de inflação.
O sistema de metas contínuas não significa, contudo, leniência no controle da inflação. Isso se deve ao intervalo de seis meses consecutivos para verificação do descumprimento da meta. No modelo antigo, o BC, em tese, a inflação poderia ficar fora da meta por 11 meses, de janeiro a novembro, e convergir para os limites apenas em dezembro.
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