Dólar avança ante maioria das moedas, em cenário de cautela por Fed

O dólar avançou frente à maioria das moedas nesta terça-feira (25), em um cenário de cautela nos mercados, reforçado por declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) sugerindo uma potencial política restritiva da autoridade por um período prolongado.

Neste cenário, o iene teve alguma força diante das declarações oficiais japonesas sobre a volatilidade da moeda, enquanto o dólar canadense ganhou impulso devido à publicação dos dados de inflação no país, mas ao final da sessão, os ativos permaneceram próximos de estabilidade.

No final da tarde em Nova York, o dólar subiu para 159,63 ienes, o euro caiu para US$ 1,0720 e a libra subiu para US$ 1,2694. O índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,13%, aos 105.607 pontos.

A diretora do Fed, Michelle Bowman, reiterou suas projeções para as taxas de juros americanas em 2024, quando questionada sobre o tema. Bowman afirmou que não vê nenhum corte nas taxas de juros em 2024 e ofereceu perspectivas de flexibilização para 2025.

“Mas mudei meu método de tomada de decisão para um modelo dependente de cenário”, disse ele. “Continuo disposto a retomar as subidas das taxas de juro se a inflação estagnar ou reverter o progresso”, afirmou o dirigente.

De acordo com a Reuters, o secretário-chefe de gabinete do Japão, Yoshimasa Hayashi, afirmou que o governo está monitorando de perto a volatilidade excessiva do iene e tomará medidas apropriadas para enfrentá-la. Esta declaração segue-se a uma série de alertas emitidos pelas autoridades japonesas sobre os efeitos negativos da volatilidade da taxa de câmbio sobre a economia.

Além disso, o Ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, reiterou a necessidade de estabilidade nas taxas de câmbio para reflectir os fundamentos económicos.

O inesperado aumento da inflação no Canadá em maio levantou dúvidas sobre a continuidade do ciclo de relaxamento monetário no país e deu alguma força ao dólar canadense nesta terça-feira. Por sua vez, ao final da sessão, a moeda ficou próxima da estabilidade, ao operar em 1,3658, ante 1,3655 no final da tarde de ontem.

O índice de preços ao consumidor (IPC) subiu a uma taxa anual de 2,9% no mês passado, uma aceleração depois de ter subido 2,7% em Abril. Analistas consultados pela FactSet previam perda de força para 2,5% no período.

O indicador permanece dentro da faixa entre 1% e 3% que o Banco do Canadá (BoC) tolera para atingir a meta de 2%. Mesmo assim, a Oxford Economics avalia que a tendência aumenta a possibilidade de a instituição interromper o processo de flexibilização monetária em julho, após o primeiro corte de 25 pontos base nas taxas de juro este mês.