O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve, nesta quarta-feira (19), a Selic, sua taxa básica de juros, em 10,50%, interrompendo um ciclo de sete cortes consecutivos iniciado em agosto do ano passado.
A decisão, esperada pelo mercado, é uma má notícia para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desde que assumiu o cargo, em 2023, pressiona por uma queda acelerada da taxa Selic para impulsionar o crescimento econômico.
Ao anunciar o fim do ciclo de cortes, o Copom explicou em nota que “o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado pela resiliência da atividade, pelo aumento das projeções de inflação e pelas expectativas não ancoradas exigem maior cautela”.
A decisão foi tomada por unanimidade dos nove membros do Copom, após dois dias de reunião.
No patamar definido nesta quarta-feira, o Brasil permanece em segundo lugar no ranking global das maiores taxas de juros reais (descontando a inflação projetada para 12 meses), atrás apenas da Rússia, segundo o site MoneYou.
Na última reunião de maio, o Copom já havia reduzido o ritmo dos cortes, reduzindo a Selic em 0,25 ponto percentual. Nas reuniões anteriores, os cortes haviam sido de 0,50.
A Selic permaneceu inalterada em 13,75% durante um ano até agosto de 2023, quando o Banco Central iniciou um ciclo de sete reduções consecutivas, em meio à pressão incessante do governo e à moderação da inflação. Foi a primeira redução em três anos.
Aumento da inflação
O fim do ciclo de redução foi previsto pelo mercado, segundo a grande maioria das 132 instituições financeiras e consultoras entrevistadas pelo jornal económico Valor, que apontaram para o resultado que finalmente se concretizou com uma taxa inalterada.
Há um mês, os agentes financeiros esperavam que novas reduções levassem a Selic a 10% no final do ano.
Mas os analistas explicam que as expectativas esfriaram devido às preocupações com a situação fiscal no Brasil e às dúvidas sobre o compromisso do Banco Central no combate à inflação.
Para o especialista em investimentos e finanças pessoais Renan Diego, a instabilidade política no Brasil, a estagnação dos juros nos Estados Unidos e os conflitos geopolíticos criam “uma perspectiva no mercado de que a inflação volte a subir em 2025”.
“Portanto, o Banco Central não vai deixar a taxa Selic cair muito agora e depois ter que aumentá-la novamente”, acrescentou.
A política de taxas de juro elevadas implementada para controlar os preços encarece o crédito e desencoraja o consumo e o investimento, ajudando assim a conter a inflação.
Em maio, a inflação no Brasil foi de 3,93% em 12 meses, o primeiro aumento após sete quedas consecutivas.
O aumento dos preços deveu-se em parte às cheias históricas que devastaram o sul do país, com forte impacto na produção de alguns alimentos.
Apesar desse aumento, a inflação acumulada em 12 meses manteve-se dentro da margem de tolerância – entre 1,5% e 4,5% – estabelecida pelo Banco Central.
Analistas e agentes financeiros consultados pela pesquisa Focus esperam que os preços continuem subindo e estimam que a inflação feche em 3,96% ao final deste ano.
Lula insiste que “a inflação está sob controle” e que “não há explicação para a taxa de juros estar do jeito que está”.
“Só temos uma coisa que é inapropriada neste país: é o comportamento do Banco Central. Isso é algo que é inapropriado. Um presidente que tem um lado político, que trabalha para prejudicar o país”, disse o presidente nesta terça-feira. em entrevista à rádio CBN.
A economia brasileira cresceu 0,8% no primeiro trimestre, após dois trimestres de estagnação.
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