Após a decisão do Banco Central de manter inalterada a taxa básica de juros, esta quarta-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou comunicado no qual considera a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) “inadequada e excessivamente conservadora”. do Banco Central.
A Selic foi mantida em 10,5% ao ano, interrompendo o ciclo de cortes iniciado na reunião de 3 de agosto de 2023.
Segundo a entidade, a manutenção das taxas de juro neste momento imporá restrições adicionais à atividade económica, com impactos negativos no emprego e no rendimento, sem que a “situação inflacionária exija tal sacrifício”.
“A manutenção da taxa de corte da Selic seria correta, pois contribuiria para mitigar o custo financeiro suportado pelas empresas e pelos consumidores, sem prejudicar o controle da inflação”, argumenta o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), embora esperada, a decisão de manter a Selic prejudica a recuperação de importantes setores econômicos do país. “Esse patamar elevado continua limitando a expansão dos investimentos. Além disso, a indústria, entre os três principais setores que compõem o PIB, foi o único a apresentar desempenho negativo no último trimestre”, disse a entidade em nota.
Em outro comunicado, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) afirma que a manutenção da Selic em patamares elevados reflete uma postura cautelosa diante da inflação, que está em patamar baixo para os padrões brasileiros.
Segundo a Abimaq, o actual nível de interesse levanta preocupações significativas sobre os efeitos adversos sobre o crescimento económico.
A decisão do Copom preocupa também a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Assim como os demais setores produtivos do país, a instituição diz que “este é um movimento equivocado, pois ainda haveria espaço para uma redução de 0,25 ponto nesta reunião”.
A CNC avalia que a estabilização da Selic gera um cenário de menor atratividade para o crédito e, consequentemente, para o setor de comércio e serviços, pois a tendência é que as famílias reduzam o seu índice de consumo.
A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul afirma que o melhor cenário seria a continuidade do ciclo de redução de juros, principalmente pelas difíceis condições que as empresas gaúchas enfrentam. Mas, dado o “desajuste económico das últimas semanas, poderá ser prejudicial para a indústria”.
Isto se deve, segundo a Federação, “à deterioração das expectativas de inflação nos últimos 45 dias, devido a uma política fiscal menos austera, e à incerteza quanto à condução da política monetária no próximo ano”.
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